E assim se passaram dez anos desde aquele 14 de novembro…. Era uma quarta-feira de 2007. O dia amanheceu ensolarado depois de muitos dias chuvosos na capital do Brasil. Às 10 horas dessa manhã foi realizado o lançamento da pedra fundamental do prédio da Fiocruz Brasília. Veio gente de todo lugar:  do Congresso Nacional, embaixadores de muitos países, de universidades, do Ministério da Saúde.  Um texto da época diz que o evento “ foi marcado por presenças ilustres e discursos otimistas”.

O evento marcava a concretização de um sonho antigo, de mais de 20 anos. Foi na década de 1980 que o então presidente da Fiocruz, Sérgio Arouca, e o então reitor da UnB, o hoje senador Cristovam Buarque, cedeu à Fiocruz terreno no campus da UnB para a construção da sua sede na capital federal. E sonho bom é sonho sonhado e concretizado. Ainda mais quando é sonhado junto. E muita gente que ainda está na Fiocruz sonhou e trabalhou junto para ver a construção do prédio.

Denise de Oliveira e Silva, coordenadora do Palin – Programa de Alimentação, Nutrição e Cultura, e ex-diretora da Fiocruz Brasília, poeticamente disse que a construção do prédio resultou de uma ressonância. Ressonância, explica, se dá quando se sai de algo sutil para o concreto. É a materialização de uma intenção que ocorreu em algum tempo em algum lugar. E muitos desejavam um bom espaço para trabalhar devido a experiência de “visitar” muitas salinhas cedidas.

“Aqui nos sentimos no Paraíso. Aqui temos qualidade de vida, temos conforto para trabalhar. A construção desse prédio foi uma mudança radical. Enquanto nós não tínhamos espaço próprio, mudamos umas duas vezes dentro do prédio do Ministério da Saúde. A gente arrumava tudo e pediam as salas. Depois fomos para 510 Norte, tivemos de arrumar o lugar pois o prédio estava abandonado”, conta Telma Gontijo, coordenadora adjunta do Serviço de Infraestrutura.

Telma fala do orgulho de participar do crescimento da Fiocruz Brasília, do aumento de cursos, de pesquisas, da importância do Planejamento estratégico anual que possibilita fortalecer relações entre as diferentes áreas.

Clodoaldo Pinheiro, da Infraestrutura, voa no tempo…. Recorda as muitas vezes que levou Sérgio Arouca para reuniões e palestras no campus da Universidade de Brasília.

“Teve um dia que ele foi aplaudido de pé por mais de cinco minutos. Ele levantava auditórios ao falar e quando falava era silêncio… Para negociar a cessão do terreno da UnB para a Fiocruz, foram mais de oito reuniões, a proposta era construir prédios pré-moldados… O Morel (Carlos Morel, ex-presidente da Fiocruz) foi quem apresentou Arouca para o Cristovam, o que abriu espaço para a negociação do terreno”, conta Clodoaldo. 

Para ele, inegavelmente a Fiocruz ganhou outra dimensão após a construção de sua sede no campus da UnB, registrando um crescimento significativo. Ele destaca a importância da primeira gestão de Gerson Penna quando foi retomada a negociação com a UnB para efetivar a cessão do terreno e de Fabiola Nunes, em cuja gestão ocorreu a construção do prédio.

“Ganhamos visibilidade”, afirma Regina Padrão, do Programa de Educação, Cultura e Saúde. E acrescenta que ocorreu um crescimento institucional significativo, novas áreas de pesquisa foram incorporadas, a EFG se consolidou com implantação dos cursos de mestrado e especialização.

Wagner Vasconcelos, coordenador da Assessoria de Comunicação, considera que “o lançamento da pedra fundamental de nosso prédio expressou, para toda a Fiocruz, a relevância da Fiocruz Brasília. Foi um momento simbolicamente marcante porque ratificou o nosso amadurecimento institucional, favorecendo o crescimento que temos experimentado ao longo desses últimos dez anos. Sinto-me privilegiado por ter vivenciado aquele momento histórico, e espero que as pessoas compreendam a importância dele para o futuro da Fiocruz Brasília”, completa.

O gerente da Fiocruz Brasília, Gerson Penna, ressaltou ser “ imperativo contar aos mais jovens e lembrar aos mais velhos a história. Quando brincamos que éramos uma laje na W3 Norte refere-se a uma época poética onde um grupo liderado pelo Paulo Buss idealizou o Núcleo Federal de Ensino que originou a nossa EFG”.

E prosseguiu “hoje faz dez anos que uma pedra fundamental foi lançada para a aditivação de nossa sede. Bela e premiada sede que além de excelentes condições físicas de trabalho, nós a recheamos com ações que vem sendo construídas a centenas de mãos dos mais velhos e dos mais jovens, Parabéns, cada um tem parte nessa história”.