Heloisa Caixeta (texto) – com edição da Ascom da Fiocruz Brasília / Esdras Guedes (fotos)

A Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram pautas de debate da 17ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em Brasília de 2 a 5 de julho. O coordenador do Colaboratório de Ciência, Tecnologia, Inovação e Sociedade (CTIS) da Fiocruz Brasília, Wagner Martins foi o responsável por falar sobre a criação e aplicação da Agenda 2030, os ODS, o conceito de Saúde Única, as relações com o Sistema Único de Saúde (SUS) e o trabalho realizado na Fiocruz Brasília em uma atividade autogestionada da Federação Nacional dos Assistentes Sociais (Fenas).

Segundo Wagner, a Fiocruz atua de forma estratégica, com utilização de Inteligência Cooperativa, para que a Saúde Única e a Agenda 2030 sejam implementadas em todo o trabalho desenvolvido pela instituição. “A Inteligência Cooperativa é a junção das inteligências individual e coletiva, direcionadas para um objetivo comum. E para isso nós precisamos de métodos de inteligência, para conectar as coisas. A Saúde Única, com ODS, com Determinantes Sociais. Essa é uma visão sistêmica e que precisa de ferramentas para criar metodologias”, avaliou.

A Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global para promover um desenvolvimento sustentável em todo o mundo até o ano de 2030. A Agenda, que nasceu liderada pelas Nações Unidas (ONU), indica ações que, se desenvolvidas de maneira correta, irão acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade.

Os ODS são a principal ferramenta para o sucesso desta empreitada. Eles consistem em 17 objetivos, que abordam uma gama de questões globais, como erradicação da pobreza, fome zero, saúde e bem-estar, igualdade de gênero, educação de qualidade, energia limpa, ação climática, entre outros.

A Saúde Única é uma abordagem que reconhece a correlação entre a saúde humana, a saúde animal e a saúde ambiental. Ela destaca a importância da colaboração entre os setores para enfrentar desafios como doenças emergentes, resistência antimicrobiana, segurança alimentar e saúde ambiental. E esta abordagem contribui para a implementação dos ODS e para a construção de um futuro mais saudável e sustentável.

A Fiocruz atua na promoção, disseminação e compartilhamento de conhecimentos e tecnologias voltados para o fortalecimento e a consolidação do SUS. Em sua missão, está a promoção da saúde e da qualidade de vida da população brasileira, para a redução das desigualdades sociais e para a dinâmica nacional de inovação, tendo a defesa do direito à saúde e da cidadania ampla como valores centrais.

Em 2017, foi criada a Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030 (EFA), que incorpora o documento das Nações Unidas ao desenvolvimento estratégico e ao programa de trabalho da Fiocruz em médio e longo prazos, com um entendimento que parte da determinação social da saúde e de temas conexos, dos estudos sociais de ciências, da ecologia de saberes e da teoria crítica sobre inovação e de modelos de desenvolvimento.

Presente também no debate a diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio lembrou que para a Fiocruz é um motivo de muita honra participar da Conferência Nacional de Saúde, discutindo a Agenda 2030 e os ODS. “Estamos realizando um trabalho de avaliação crítica e buscando formas para conseguir enfrentar as desigualdades até o ano de 2030. É de extrema importância discutir isso na 17ª CNS, por tudo o que ela representa, que é a possibilidade de dialogar com quem está no território, e por viabilizar a junção de saberes e experiências. Aqui a gente não defende só o SUS. Defendemos a vida e o espírito democrático”, afirmou.

Confira alguns dos trabalhos desenvolvidos pela Fundação para a implementação da Agenda 2030 e seus ODS, como o Radar de Territórios, as ações da Rede Fiocruz Inovadora, e a formação de Pesquisadores Populares, e desenvolvimento territorial no campo.