Mariella de Oliveira-Costa
Líderes comunitários, radialistas, profissionais da saúde, estudantes, jornalistas, designers, professores e pesquisadores participaram online, nos dias 1 e 4 de agosto, de uma iniciativa da Fiocruz Brasília voltada à avaliação da comunicação produzida pela instituição. As Rodas de Conversa com Comunicadores Populares do DF foram realizadas em dias distintos, sábado pela manhã e terça-feira à noite, mas com o mesmo formato, para ampliar a possibilidade de participação de profissionais e voluntários comunicadores populares do DF.
Os participantes receberam previamente um portfólio com os diferentes produtos de comunicação produzidos pela Assessoria de Comunicação, como o podcast Viralizados, o programa online Conexão Fiocruz Brasília, as peças de divulgação específicas sobre fake news, além dos perfis institucionais nas redes sociais Instagram e Facebook.
A diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, abriu a roda de conversa nos dois dias, ressaltando que a comunicação é uma das ações prioritárias da instituição, que está de portas abertas para garantir o acesso das pessoas a informações corretas e verdadeiras. “Reconhecemos a diversidade das regiões administrativas do DF. Temos uma proposta de continuidade das ações em saúde nos territórios, e queremos garantir que a comunicação em saúde chegue com qualidade e aumente a autonomia desses comunicadores populares”, disse.
O coordenador da Assessoria de Comunicação da Fiocruz Brasília, Wagner Vasconcelos, ressaltou que essa aproximação com a comunicação popular vai ao encontro do exercício dos direitos à comunicação e à saúde. Ele apresentou aos comunicadores duas iniciativas da Fiocruz que aproximam a instituição das comunidades. Uma delas, intitulada “Se liga no Corona”, é uma campanha que tem como foco a prevenção ao novo coronavírus, disponibilizando aos comunicadores comunitários uma série de materiais para divulgação. Vasconcelos ressaltou também o selo “Fiocruz tá junto”, que valida conteúdos produzidos pelos comunicadores populares, atestando a qualidade científica desses materiais.
Os comunicadores apresentaram suas impressões sobre os temas, linguagens e mídias utilizadas pela Fiocruz Brasília, bem como apontaram o que funciona e o que não funciona nos produtos de comunicação produzidos especificamente sobre a covid-19.
A qualidade visual das peças de divulgação da Fiocruz Brasília foi ressaltada, assim como a clareza dos conteúdos do podcast Viralizados, apontado pelos participantes como um produto já pronto para ser compartilhado por rádios comunitárias.
Morador da Vila Planalto, Francisco Barbosa ponderou que a instituição precisa estar mais presente nas comunidades do Distrito Federal, apresentando a ciência que é produzida por seus pesquisadores. Já para a psicóloga Laudiceia Tenório uma dificuldade está na compreensão dos conteúdos apresentados, que usam muito a linguagem científica, o que impossibilita o acesso das pessoas das comunidades a essa informação.
Representante do Fórum Democrático dos Moradores da Vila Planato, Henrique Gonçalves foi enfático sobre a necessidade de alguma divulgação física sobre as ações da Fiocruz Brasília, que, atualmente, aposta mais nas estratégias digitais. Segundo ele, o comércio da região é bem receptivo à divulgação de cartazes em seus espaços. Do Coletivo Cultural Reflexo das Ruas, de Recanto das Emas, Silvio Rangel sugeriu que a instituição insira a juventude de Brasília na produção das peças de divulgação, especialmente no audiovisual. Já o escritor Paulo Souza, do Sindicato dos Escritores do DF, ressaltou a necessidade de apostar em novas linguagens para a comunicação da Fiocruz Brasília, que deve ser focada também nas regiões administrativas do DF, e não só no Plano Piloto. Ele propôs organizar uma oficina literária que aproxime os temas da saúde à produção textual em formatos diversos, como a poesia.
A professora da disciplina Comunicação Comunitária, da Universidade de Brasília, Mariana Ferreira Lopes, também participou da atividade e ressaltou a importância destas rodas de conversa com comunicadores populares para se entender os processos comunicacionais e seus funcionamentos, para garantir que as mensagens sejam construídas e façam sentido para a comunidade. Ela se colocou à disposição para atuar na continuidade das ações junto a este público.
A parceria da Assessoria de Comunicação da Fiocruz Brasília com os comunicadores populares começou com a pandemia de covid-19 mas não se limita a ela: a expectativa é que esse tipo de atividade seja regular e constante, possibilitando uma aproximação cada vez maior com a comunidade, com foco na promoção da saúde. Essas duas rodas de conversa dão continuidade a ações específicas de diálogo e parceria com este público, como a Oficina online para comunicadores populares e o Encontro com as rádios comunitárias, ambos realizados em junho. No mesmo mês, foi produzido um programa Conexão Fiocruz Brasília específico sobre a comunicação popular. Clique aqui para assistir.
Para a moderadora da roda de conversa, Fernanda Marques, as rodas de conversa atingiram seu objetivo porque foram importantes momentos de troca. “Nós, da Assessoria de Comunicação da Fiocruz Brasília, aprendemos muito com todas as diferentes experiências que foram compartilhadas conosco, como as de rádios comunitárias e web rádios, coletivos culturais, trabalhadores da saúde, fóruns democráticos, associações e tantas outras que têm atuação na comunicação popular. Então, esse é o próximo passo: desenhar e estruturar as ideias que surgiram para que ações diretas efetivamente aconteçam e, para isso, é fundamental manter o diálogo com os comunicadores populares”, afirmou.
Clique aqui para ver o portfólio enviado aos comunicadores populares do DF.
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