Covid-19 e o impacto da pandemia na saúde mental

Fernanda Marques 20 de maio de 2021


Médicos, dentistas, técnicos em saúde bucal, enfermeiros, técnicos em enfermagem, fisioterapeutas, farmacêuticos e técnicos em farmácia que atuam no Distrito Federal e no Mato Grosso do Sul são chamados a participar da pesquisa da Fiocruz “O impacto dos transtornos mentais no trabalhador e no trabalho em saúde no contexto da pandemia da Covid-19”. Para participar, o profissional deve preencher o questionário disponível aqui. O preenchimento do formulário leva cerca de 10 minutos.

 

A pesquisa tem como objetivo entender de que forma a pandemia da Covid-19 tem impactado a saúde mental dos profissionais de saúde e fomentar estratégias eficazes de suporte a esses trabalhadores. Ela é coordenada por Débora Dupas, pesquisadora da Fiocruz Mato Grosso do Sul, e Fabiana Damásio, diretora da Fiocruz Brasília.

 

A necessidade de manejo de casos de uma doença nova, ainda cercada de muitas incertezas, e a sobrecarga de trabalho podem estar associados a quadros de estresse, depressão e ansiedade nos profissionais, resultando em licenças e afastamentos. “Uma situação que pode refletir negativamente em suas vidas, mesmo após a pandemia, e no cuidado à saúde da população”, destaca Débora. “Com a análise dos dados, pretendemos elucidar um novo caminho para fomentar estratégias no processo de prevenção e reabilitação no âmbito da saúde do trabalhador, ressignificando o tratamento do sofrimento humano, permitindo um novo olhar sobre o cuidado e a humanização, e contribuindo tanto no gerenciamento da atual crise sanitária como em eventuais crises no futuro”, completa.

 

Além da Fiocruz Brasília e da Fiocruz Mato Grosso do Sul, participam do estudo a Escola de Saúde Pública do Estado de Mato Grosso do Sul e as Universidades Federal e Estadual de Mato Grosso do Sul, buscando fortalecer a produção de conhecimento, dar respostas e contribuir para o enfrentamento da Covid-19 no Centro Oeste.

 

Impactos da pandemia

 

Enquanto essa pesquisa busca compreender o impacto da Covid-19 na saúde mental de um grupo específico, especialmente exposto e demandado durante a pandemia – os trabalhadores da saúde –, outro estudo analisou o contexto social vivido pela população geral em relação ao confinamento por Covid-19, de modo a contribuir para o planejamento e a melhoria das ações no caso de emergências em saúde pública.

 

Vários dias sentindo-se aborrecido ou irritado; nervoso, ansioso ou tenso; preocupado com diversas coisas; ou com dificuldade para relaxar: cerca de 40% dos participantes da pesquisa “Impacto Social do Confinamento pelo Surto de Coronavírus Covid-19 na América Latina – Brasil” afirmaram ter se sentido assim. O estudo envolveu cerca de 15 mil pessoas acima de 18 anos, residentes no Brasil e que, por ocasião da coleta de dados, estavam fazendo ou já tinham feito quarentena. Esse levantamento faz parte de um estudo internacional comparativo, junto com Chile, Equador, Espanha e México. No Brasil, o trabalho é conduzido por pesquisadores da Fiocruz Brasília e da Fiocruz Bahia.

 

Na primeira etapa, os dados foram coletados por questionário eletrônico entre os dias 26 de junho e 30 de agosto de 2020, e contou com respondentes dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal. De acordo com resultados preliminares, durante vários dias nas duas semanas que antecederam à consulta, 36% dos participantes se sentiram deprimidos. Cerca de 30% relataram vários dias com alterações do apetite e 34%, com alterações do sono. Quatro em cada dez respondentes apresentaram alguma dificuldade para trabalhar, cuidar da casa ou relacionar-se com outras pessoas em decorrência de problemas emocionais no contexto do isolamento social.

 

Se você é profissional de saúde no Distrito Federal, clique aqui para responder à pesquisa “O impacto dos transtornos mentais no trabalhador e no trabalho em saúde no contexto da pandemia da Covid-19”.