Sob o tema “Farmácias vivas como forma de acesso aos fitoterápicos no SUS”, aconteceu nesta terça-feira (28/9), o quarto e último webinário da série comemorativa dos 15 anos da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), com transmissão online pelo canal da Fiocruz Brasília no YouTube.
A série comemorativa foi realizada pela Coordenação Geral de Assistência Farmacêutica Básica do Ministério da Saúde, em parceria com a Escola de Governo Fiocruz – Brasília e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). A iniciativa teve início em junho, com o webinário da história da criação, estruturação e implementação da PNPMF; já o segundo evento, realizado em julho, debateu a tradicionalidade do uso de plantas medicinais no Brasil. Em agosto, foi a vez de apresentar a pesquisa científica no desenvolvimento dos fitoterápicos.
A professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), Mary Anne Bandeira homenageou o professor Francisco José de Abreu Matos, pioneiro farmacologista brasileiro no âmbito das plantas medicinais e fitoterápicos e idealizador do projeto Farmácias Vivas. Ela destacou o legado do pesquisador cearense. Proveniente de uma família de quatro gerações de farmacêuticos, ele é bisneto do criador das “Pílulas de Mattos”, remédio popular que ficou famoso em todo o Nordeste e Norte do País. Matos foi descobridor de centenas de espécies da flora nordestina e brasileira e assim como seu bisavô, deixou um legado que transcende a sua existência, tornando-se uma das maiores referências em farmacologia no âmbito das plantas medicinais e fitoterápicos do Brasil.
A Professora trouxe o conceito de Farmácia Viva escrito pelo seu idealizador: “Farmácias Vivas são unidades farmacêuticas instaladas em comunidades governamentais ou não governamentais, onde seus usuários recebem medicação preparada com plantas que tiveram confirmação da atividade a elas atribuídas, colhidas nas próprias hortas, que permitem a seus usuários, o acesso a um elenco de plantas verdadeiramente medicinais e seus produtos”.
“A Farmácia Viva é uma grande escola e um grande exemplo para o mundo. É um marco histórico para o Brasil e modelo para todos os países, principalmente os subdesenvolvidos”, destacou. Segundo ela, o professor Matos deixou um acervo de informações tão grande que serão necessárias várias gerações para esgotá-las. “Ele nos ensinou a ver e a amar não apenas a planta medicinal em si, mas o homem que faz uso dela”, frisou.
O chefe do núcleo de Farmácia Viva da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES/DF), Nilton Luz Netto, apresentou a experiência desenvolvida no projeto da Farmácia Viva do DF. Segundo ele, o objetivo é oferecer condições para que as pessoas acessem as plantas medicinais e fitoterápicos com foco na melhoria da qualidade de vida da população do Distrito Federal. “A Farmácia Viva representa um modelo de saúde que aproxima a população dos seus valores tradicionais de uso de plantas medicinais”, destacou.
A farmacêutica Ivanice Cestari, secretária Municipal de Saúde de Jardinópolis em São Paulo, falou sobre a experiência da implementação da Farmácia Viva no município, criada em 1995 como Farmácia da Natureza de Jardinópolis. Hoje, a unidade desenvolve projeto de produção de fitoterápicos para o Sistema Único de Saúde (SUS). Ivanice destacou ainda, que o projeto vem ganhando destaque nacional, sendo referência, inclusive, para vários municípios de diversos estados na implantação da fitoterapia no SUS, a partir da implementação das Farmácias Vivas.
A diretora do Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumo Estratégicos do Ministério da Saúde, Sandra de Castro Barros apresentou um breve relato das ações desenvolvidas pelo departamento nestes 15 anos de implementação da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. O evento contou ainda com a participação do coordenador do projeto da Farmácia Viva de Quijingue na Bahia, Clístene Lima e da tecnologista do Ministério da Saúde que mediou o debate, Letícia Mendes.
Para assistir o webinário na íntegra, clique aqui.
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