Capacitação que iniciou em agosto de 2014 teve como objetivo formar o público para planejar ações intersetoriais para promoção da saúde na escola

O Curso de Aperfeiçoamento para Planejamento e Atuação Intersetorial em Promoção da Saúde na Escola terminou na última terça-feira (30), com apresentações dos trabalhos de conclusão.  Promovido pelo Programa de Educação, Cultura e Saúde (Pecs) da Fiocruz Brasília, a formação iniciou em agosto de 2014. Voltado para profissionais da educação e da saúde, teve como objetivo formar o público para planejar ações e atuar de forma intersetorial, colaborativa e integrada na promoção da saúde na escola.

O primeiro projeto, formado por um grupo de profissionais da saúde e da educação, fez um comparativo sobre o acolhimento e tratamento de adolescentes grávidas e em situações de vulnerabilidade, em duas escolas públicas de ensino médio do Gama e de Santa Maria. O grupo realizou intervenções como encontros e oficinas de sensibilização e formação sobre o tema sexualidade com os profissionais e estudantes das duas escolas.

O segundo projeto de intervenção teve o intuito de fortalecer a intersetorialidade na gestão do Programa Saúde na Escola a nível local, estimulando a instituição do Grupo de Trabalho Intersetorial Regional, como potencial espaço de diálogo e horizontalidade na gestão cotidiana do Programa. O trabalho foi desenvolvido na Região Administrativa do Gama. Para isso, os estudantes adotaram como abordagem metodológica a construção de uma tecnologia social de sensibilização e apropriação do PSE. A tecnologia social já promoveu um encontro e prevê ainda a realização de outros três.

A análise contextual na cidade de Sobradinho sobre gravidez na adolescência foi outro tema abordado. O trabalho foi uma pesquisa-ação junto às instituições educacionais da rede pública em Sobradinho II, com apoio de Programa de Saúde nas escolas e Unidades Básicas de Saúde da Região, para promover encontros de reflexão e conhecimento com o objetivo de melhorar o acesso dos adolescentes às informações referentes à sexualidade. Para Francisca Chagas, uma das integrantes do grupo, a gravidez na adolescência é um problema sério na saúde pública que precisa de atenção dos governantes, disponibilizando aos adolescentes mais informações e projetos sobre esse assunto.

Outro tema abordado foi a formação permanente e continuada entre educadores, educação de jovem para jovem e promoção da saúde na escola, com as perspectivas e desafios de uma experiência piloto na comunidade escolar de um centro educacional do Riacho Fundo.

O quinto grupo realizou intervenções com adolescentes do 6º ano de uma escola pública do Distrito Federal, trabalhando a perspectiva do protagonismo juvenil e focando em dois pontos principais: saúde sexual reprodutiva e projeto de vida.

A professora e orientadora do TCC Sílvia Lordello, conta que o retorno dos alunos foi positivo e para ela, foi uma ótima experiência. “Muitas vezes pensamos que o adolescente não tem visibilidade na própria escola, mas o que de fato eu estou fazendo para que ele tenha? Foi uma resposta prática, para oportunizar este espaço e aprender muito com os estudantes desta escola, a respeito das necessidades e potencialidades deles no dia a dia”, ressalta. 

Capacitação

A promoção da saúde no espaço da escola inclui uma reflexão sobre as questões relacionadas à saúde e a participação ativa de professores, diretores, trabalhadores, alunos e pais, nos esforços de valorização da saúde nos aspectos físicos, psíquicos, socioculturais e ambientais, bem como ampliação da cidadania. Nessa perspectiva, os profissionais de educação e de saúde podem trabalhar em parcerias, visando criar estratégias para melhorar a qualidade de vida da comunidade escolar e tornar um ambiente saudável.

A formação foi uma oportunidade para os profissionais conhecerem as diretrizes que norteiam as políticas de saúde e de educação; construírem conhecimentos acerca de conceitos e temáticas da promoção de saúde na escola; conceitos de comunicação, mídias sociais, em prol da educação, cultura e saúde; e refletirem sobre o papel desempenhado por cada um nas práticas educativas e de promoção de saúde na escola.