DO “BOCA A BOCA” ÀS REDES SOCIAIS: TECNOLOGIAS COMUNICACIONAIS DE POPULAÇÕES VULNERÁVEIS DO DISTRITO FEDERAL NA PANDEMIA DE COVID-19
No cenário pandêmico, a comunicação e a educação em saúde revelam-se centrais no enfrentamento junto às comunidades. Entretanto, percebe-se a multiplicação exponencial de produção e circulação de informações relacionadas ao Covid-19 voltadas para grandes públicos, enquanto poucas estratégias educacionais são contextualizadas para públicos específicos, tais como as populações vulnerabilizadas. Buscou-se produzir conhecimento sobre tecnologias informacionais e comunicacionais de populações vulnerabilizadas no território do Distrito Federal no contexto do enfrentamento da pandemia do Covid-19. O trabalho é assinado por Aline Cavaca e outros. A apresentação ocorre dia 21/11 no mezanino B – sala Ricardo Bruno Mendes Gonçalves – 100B, das 13h10 às 14h40.
LUTA PELA DEMARCAÇÃO DO TERRITÓRIO INDÍGENA ANACÉ E PRESERVAÇÃO DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO LAGAMAR DO CAUÍPE, CEARÁ: UMA EXPERIÊNCIA DE VIGILÂNCIA POPULAR
O objetivo da pesquisa-ação é reconhecer e vivenciar o território onde se realiza a experiência de Vigilância Popular da Saúde, Ambiente e Trabalho (VPSAT) e elaborar o plano de ação de VPSAT voltado para os problemas do território por meio de atividade de campo para acompanhamento da experiência no território do Cauípe-CE. Para a pesquisa-ação elaborou-se um plano com base nas dificuldades enfrentadas e como elas foram ou poderiam ser superadas, nas conquistas alcançadas e sobre o que pode ser feito pela comunidade e o poder público para a defesa da vida no território. A VPSAT compreende o fechamento de estradas contra os impactos do “progresso” sobre as aldeias indígenas, o acampamento às margens do Rio Cauípe pela não retirada da água para a siderúrgica e a realização de audiências públicas. O trabalho é assinado por Ana Regina Barbosa e outros. A apresentação ocorre dia 21/11 no mezanino B – sala Antônio Sérgio Arouca – 102B, das 13h10 às 14h40.
INCIDÊNCIA DE MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS ENTRE POVOS INDÍGENAS E NÃO INDÍGENAS RESIDENTES EM MUNICÍPIOS DE GRANDE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NA BACIA DO JURUENA, MATO GROSSO
O estado de Mato Grosso é o maior consumidor de agrotóxicos do Brasil e lidera o ranking na produção de commodities químico-dependentes. A literatura aponta que exposição parental humana à agrotóxicos considerados teratogênicos e mutagênicos são responsáveis pelo surgimento de uma anomalia congênita, baixo peso ao nascer, nascimento de fetos prematuros, bem como maior risco de morte fetal. O trabalho buscou caracterizar a tendência da incidência de malformações congênitas entre indígenas e não indígenas e o uso de agrotóxicos nos municípios na bacia do Juruena no estado de Mato Grosso no período de 2010 a 2020, por meio de estudo ecológico realizado nos municípios, que apresentou que o uso de agrotóxicos teve uma tendência crescente com um consumo de mais de 252 milhões de litros no ano de 2020. O trabalho é assinado por Jorge Mesquita Huet Machado e outros. A apresentação ocorre dia 21/11 no mezanino B – sala Antônio Sérgio Arouca – 102B, das 13h10 às 14h40.
MARCHA DAS MARGARIDAS: DIREITO À SAÚDE E RESISTÊNCIA EM TEMPOS DE CRISE
Ao longo de 20 anos de existência, a Marcha das Margaridas assumiu várias estratégias de resistência. O comprometimento das margaridas pela defesa do direito à saúde e do SUS insere-se, assim como proposto pelo Movimento da Reforma Sanitária Brasileira, num projeto de um país com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e livre de violência; articulado ao desenvolvimento sustentável e solidário. O trabalho teve como objetivo identificar como o direito à saúde e a defesa do SUS foram abordados nos documentos da Marcha das Margaridas 2019 e como o tema foi debatido pelas mulheres durante o processo de construção e realização da Marcha, desde o território até Brasília, por meio de pesquisa qualitativa com análise documental e entrevistas semiestruturadas. A análise documental focou nos cadernos preparatórios da Marcha e na Plataforma Política construída pela Marcha das Margaridas. Foram realizadas 9 entrevistas com lideranças responsáveis pela organização da marcha; sendo 2 com lideranças da coordenação nacional e 7 com as coordenações regionais da marcha (2 do Nordeste, 2 do Norte, 1 do Centro-Oeste, 1 do Sudeste e 1 do Sul do país). O trabalho é assinado por Maria do Socorro de Souza e outros. A apresentação ocorre dia 22/11 no mezanino A – sala Ruben Mattos – 106A, das 08h30 às 10h.
ATENÇÃO PRIMÁRIA, CUIDADO E VIGILÂNCIA POPULAR DA SAÚDE EM TERRITÓRIO VULNERÁVEL DE FORTALEZA/CEARÁ
Um dos pressupostos da Vigilância Popular é o protagonismo popular na geração dos dados e no monitoramento participativo e simplificado, que se potencializa quando articulada com o SUS e a academia. O trabalho relata a experiência de pesquisa em vigilância popular na produção de cuidado a partir de uma visão crítica e emancipatória. A pesquisa apresenta estratégias e ações de vigilância popular e cuidado em saúde junto a mulheres de território de alta vulnerabilidade, por meio só do uso da cartografia social para a construção coletiva de um mapa social da Barra do Ceará, com base na identificação e problematização dos elementos/dimensões que ameaçam e promovem a vida no território. Para isso, foram realizadas 9 oficinas com um grupo de 15 mulheres do território, visando a promoção de diálogos entre o saber popular e o conhecimento científico. Após a representação no mapa, o grupo de pesquisa discutiu sobre a priorização dos elementos que ameaçam e promovem a vida e a saúde para elaboração de um plano de ação propondo intervenções pontuais e continuadas para a promoção da vida e da saúde da comunidade. A pesquisa mostrou a necessidade de pensarmos ações sistêmicas e integradas entre os serviços de saúde e a população. O trabalho é assinado por Ana Regina Barbosa e outros. A apresentação ocorre dia 22/11 no mezanino B – sala Jorge Luís de Souza Riscado – suíte 3B, das 13h10 às 14h40.
TRANSTORNOS MENTAIS EM TEMPOS DE COVID-19: A REPERCUSSÃO SUBESTIMADA NO COTIDIANO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
O trabalhou buscou descrever o impacto da pandemia da Covid-19 na saúde mental dos profissionais da saúde, estimar a prevalência de depressão, ansiedade e estresse; descrever características, a percepção de insegurança e o afastamento por diferentes motivos. Por meio de estudo transversal, no período de novembro de 2020 a abril de 2021, em duas ondas pandêmicas. A coleta de dados foi realizada por meio do envio de questionários eletrônicos, via REDCap. Foram incluídos médicos, profissionais de enfermagem e de odontologia, farmacêuticos e fisioterapeutas, que atuam em serviços de saúde e com cadastro ativo nos conselhos profissionais das respectivas profissões, a partir de um cálculo amostral, proporcionalmente distribuído em Mato Grosso do Sul e Distrito Federal e entre as diferentes profissões. Foi utilizado a Escala DASS-21 e variáveis socioeconômicas, de saúde e trabalho e contou com a participação de 1522 profissionais de saúde. O trabalho é assinado por Fabiana Damásio; Fabrícia Barros e outros. A apresentação ocorre dia 22/11 no mezanino B – sala Guilherme Rodrigues da Silva – suíte 7B, das 13h10 às 14h40.
O USO DE RECURSOS EDUCACIONAIS ABERTOS NA PANDEMIA DE COVID-19: O CASO DA FIOCRUZ
Realizada entre 2020 e 2022, a pesquisa buscou responder às necessidades de ampliação do acesso, do compartilhamento de conhecimento, da troca de experiências sobre os recursos educacionais abertos (REA) reforçando a educação como um direito de todos (Educação Aberta). O tema ainda estava em constantes debates entre os especialistas no contexto da Pandemia do Coronavírus em 2020. O estudo realizou diversas ações no campo da ciência. A Fiocruz lançou o curso “Covid-19: manejo da infecção causada pelo novo coronavírus” com desafio de capacitar trabalhadores nos serviços de saúde, em um contexto de mudanças frequentes sobre Covid-19. Vários especialistas da Fiocruz foram mobilizados, um diferencial importante para uma primeira formação no tema Covid-19 com textos, videoaulas e com a revisão técnica de todo o material utilizado. Foram desenvolvidos vários cursos contribuindo com a formação de mais de 500 mil profissionais de saúde. Todos os conteúdos utilizados foram disponibilizados e/ou construídos com ferramentas de autoria disponíveis na plataforma Educare. O trabalho é assinado por Renata Bernardes; Vinícius de Araújo Oliveira e outros. A apresentação ocorre dia 23/11 no mezanino B – sala Margarida Alves – suíte 1B, das 08h30 às 10h.
PRODUÇÃO DE CONTEÚDOS DE COMUNICAÇÃO PARA PESSOAS VELHAS DO CAMPO: UM GUIA NA BUSCA PELA GARANTIA DOS DIREITOS À COMUNICAÇÃO E À SAÚDE EM TEMPOS DE EMERGÊNCIA SANITÁRIA
O estudo buscou construir um instrumento orientador para a produção de conteúdos de vigilância e promoção em saúde voltados aos velhos trabalhadores do campo em Pernambuco, entre março de 2020 a março de 2021. Por meio de análises das ações desenvolvidas pelas assessorias de comunicação voltadas para as populações do campo, buscou identificar como as pessoas velhas são consideradas nas estratégias de enfrentamento à Covid-19 da Secretaria Estadual de Saúde e Fetape. Foi elaborado um guia para os comunicadores sociais visando a promoção de estratégias de comunicação mais dialógicas e contextualizadas para o público velho. A pesquisa apontou que ainda que estratégias comunicativas tenham sido produzidas e independentes do tema ser a Covid-19, quando se tratava das pessoas velhas, o conteúdo era direcionado à família, com destaque para os cuidados necessários à vida dessas pessoas e não diretamente para elas. Não houve direcionamento, intencionalidade e há pouco conhecimento sobre as especificidades e limitações impostas pelo avanço da idade e a condição da velhice no campo e sobre como essas pessoas se comunicam. O estudo evidenciou a baixa compreensão dos profissionais de comunicação sobre quem são as pessoas velhas do campo. O trabalho é assinado por André Fenner; Ana Paula Dias de Sá; Virgínia da Silva Corrêa e outros. A apresentação ocorre dia 23/11 no mezanino B – sala Ricardo Bruno Mendes Gonçalves – 100B, das 08h30 às 10h.
COMUNICAÇÃO EM VIGILÂNCIA E PROMOÇÃO EM SAÚDE NO ENFRENTAMENTO À COVID-19: ESTUDO DAS ESTRATÉGIAS ÀS/AOS VELHAS/OS AGRICULTORAS/ES FAMILIARES DO CAMPO EM PERNAMBUCO
Durante a pandemia da Covid-19, o Estado e os movimentos sociais produziram conteúdos de orientação à população. Contudo, eles foram direcionados ao público adulto, masculino, alfabetizado, que invisibilizou as/os velhas/os do campo, suas especificidades, necessidades e interesses. Implicando na necessidade de adoção de estratégias comunicativas que dialoguem com esses sujeitos para a garantia dos direitos à comunicação e à saúde pública. No entanto, foi realizado um estudo exploratório participativo em desenvolvimento desde agosto 2021, que foram utilizados dados primários (entrevistas semiestruturada e questionários) e secundários para identificar as condições sociodemográficas, de saúde e o acesso à comunicação durante a pandemia da Covid-19 aplicados com as pessoas velhas do campo no estado de Pernambuco. O estudo apontou que 78,6% das/os velhas/os entrevistadas/os tiveram dificuldades em compreender as informações sobre a doença, mas mudaram de atitude na adoção de medidas protetivas ao vírus, como o uso de máscaras, álcool 70% e distanciamento social. A televisão foi o principal meio de informação (100%) seguido pelo rádio e profissionais de saúde (69,2%), sindicato dos trabalhadores rurais (61,5%) e a igreja (53,8%). O trabalho é assinado por André Fenner; Ana Paula Dias de Sá; Virgínia da Silva Corrêa e outros. A apresentação ocorre dia 23/11 no mezanino B – sala Ricardo Bruno Mendes Gonçalves – 100B, das 08h30 às 10h.
RADAR DE TERRITÓRIOS/PICAPS: A EXPERIÊNCIA DO 1º FÓRUM POPULAR EM SAÚDE “JUNTOS NO ENFRENTAMENTO À PANDEMIA DE COVID-19 E SUAS CONSEQUÊNCIAS NOS TERRITÓRIOS DO DF”
O Plano Popular de Enfrentamento à Covid-19/DF foi construído com a sociedade, organizado em 6 seções que perpassam o conjunto de políticas, espaços, responsabilidades institucionais e sociais. Embora a implementação do Plano seja um desafio, é um instrumento que orienta o planejamento das ações presentes para obter resultados favoráveis no futuro, devendo ser utilizado estrategicamente para articular com decisores que possam influenciar em ações que tragam oportunidades para o desenvolvimento de novas tecnologias sociais e metodologias participativas, com impactos na transformação social, além de fortalecer a governança dos territórios. O objetivo do trabalho é apresentar a experiência do Radar do Territórios/PICAPS na realização do 1º Fórum Popular de Saúde “Juntos no enfrentamento da pandemia de Covid-19”, realizado em Brasília/DF entre 09 e 17 de dezembro de 2020, em parceria com o Conselho de Saúde do DF para ampliar o diálogo e a participação social e integrar as ações para construir em conjunto o plano de enfrentamento à Covid-19 e suas consequências nos territórios do DF. O trabalho é assinado por Wagner Martins; Osvaldo Bonetti; Isabel Raulino; Sheila Gomes; Ian Araújo; Izabela Brant; Edward Maia e outros. A apresentação ocorre dia 24/11 no mezanino B – sala Maria Cecilia Donnangelo – 105B, das 08h30 às 10h.
EXPERIÊNCIA DE COMUNIDADES DE PRÁTICAS DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE VOLTADAS PARA A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA NO CONTEXTO DA COVID-19
Entre outubro de 2021 e junho de 2022, gestores e profissionais de saúde e de assistência social, movimentos sociais, acadêmicos, bem como outros atores que prestam atendimento à população em situação de rua se reuniram em 27 comunidades de práticas que desenvolveram um repositório online de soluções e práticas na gestão de políticas de apoio à população em situação de rua. Técnicos da Fiocruz e do Conasems receberam capacitação para conduzir as comunidades de práticas em cada estado. Cada comunidade se reuniu ao menos seis vezes durante a iniciativa, e selecionou um problema, seguindo caminhos próprios, considerando sua composição, os contextos locais e o momento da pandemia em cada estado. Esse processo é sistematizado e publicado na plataforma IdeiaSUS. Os problemas selecionados para discussão e propostas de soluções envolveram principalmente questões relativas à imunização, intersetorialidade e comunicação. As comunidades de prática foram criadas em meio à pandemia de Covid-19 para tentar dar respostas rápidas a problemas concretos, em um momento de grande incerteza. O trabalho é assinado por Marcia Muchagata e outros. A apresentação ocorre dia 24/11 no mezanino B – sala Maria Cecilia Donnangelo – 105B, das 08h30 às 10h.
ACESSO AOS LEITOS DE TERAPIA INTENSIVA PARA ALÉM DA PANDEMIA DE COVID-19: ANÁLISE DAS PROPOSIÇÕES LEGISLATIVAS FEDERAIS NO ANO DE 2020
O acesso aos leitos hospitalares e de terapia intensiva tem sido bastante discutido no contexto pandêmico dada a escassez desses recursos e às desigualdades a ele associadas. Cabe ao Poder Legislativo federal apresentar projetos de lei voltados a conferir organicidade a uma proposta de fila única de leitos que englobe recursos públicos e privados em situações de emergência sanitária. A pesquisa buscou identificar e analisar as proposições legislativas sobre fila única de leitos de terapia intensiva no âmbito do Poder Legislativo federal, no ano de 2020, projetando seu alcance para além da pandemia da Covid-19. As pesquisadoras realizaram um estudo exploratório, descritivo, de natureza qualitativa e base documental, nos bancos de dados mantidos pelo Programa de Direito Sanitário da Fiocruz Brasília, referente a pesquisa sobre proposições legislativas na área da saúde no contexto da Covid-19. A pesquisa original recolheu os dados na base pública de acesso da Câmara dos Deputados e Senado Federal, tendo como marco inicial a declaração da emergência sanitária de importância nacional, e marco final 31 de dezembro de 2020. Após, houve classificação de 27 proposições de saúde na categoria de leitos, sendo que 11 versavam sobre o tema de fila única de leitos. Conclui-se que a atuação do poder legislativo na produção normativa tem impacto direto no funcionamento do sistema de saúde e na qualidade de vida da população. O trabalho é assinado por Sandra Alves e Ana Paula Nogueira Rodrigues. A apresentação ocorre dia 24/11 no mezanino A – sala Mãe Stella de Oxóssi – 104A, das 08h30 às 10h.
Em caso de dúvidas e outras informações podem escrever para a secretaria do Congresso: trabalhos2022@saudecoletiva.org.br, ou acessar o site do Abrascão 2022: http://saudecoletiva.org.br
Leia também:
ABRASCÃO: trabalhos da Fiocruz Brasília com apresentações assíncronas