A Fiocruz Brasília recebeu na última quinta-feira (17/11), o seminário “Luz sobre as invisibilidades da população em situação de rua – Desafios para a atuação social, autonomia, trabalho e renda”. O evento, realizado pela Revista Traços, é o terceiro da publicação, e debateu temas relacionados a trabalho e renda em diferentes perspectivas sobre as ruas.
A diretora geral da Revista Traços, Michele Cano contou o histórico da publicação, que comemora sete anos de existência este ano, e a metodologia replicável pensada e avaliada constantemente. Ela afirmou que o projeto constrói trocas com foco no ganho e autonomia das pessoas em situação de vulnerabilidade, a partir do trabalho e renda. “Temos um compromisso diário de ser cocriador de uma iniciativa que mudou vidas, uma solução para a população em situação de rua”, ressaltou.
A diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, lembrou da parceria entre a Traços e a Fiocruz Brasília, que iniciou com o Mestrado Profissional em Políticas Públicas em Saúde da Escola de Governo da Fiocruz-Brasília, buscando fazer a triangulação entre a academia e a sociedade.
Este foi o primeiro grande estudo do Núcleo de Populações em Situações de Vulnerabilidade e Saúde Mental na Atenção Básica (Nupop) da Fiocruz Brasília, que construiu um instrumento para avaliação da autonomia das pessoas a partir do engajamento nesse trabalho com a Traços.
Fabiana definiu a estratégia como inovadora, um trabalho intersetorial profícuo de um projeto cada vez mais incluso e que tem compromisso com a transformação. Como fruto da revista, ela pontuou a visibilidade às histórias e cultura do Distrito Federal e a expansão do projeto para o Rio de Janeiro, contribuindo para a formação de residentes em estágio externo em contato com populações de rua e outras pessoas em situação de extrema vulnerabilidade.
“A Revista Traços é uma construção intersetorial pautada no fortalecimento da agenda de trabalho e renda e desenvolvimento de estratégias para enfrentar as desigualdades sociais que assolam nosso país. Estamos mobilizados para a continuação dessa agenda, olhando a realidade da população em situação de rua com o compromisso da autonomia,” destacou durante a abertura do evento.
Durante a cerimônia, foi realizada a troca dos coletes dos porta-vozes da cultura e do turismo e o lançamento da edição de número 63 da publicação. Participaram da abertura do seminário o pesquisador e um dos coordenadores do Nupop, Marcelo Pedra, representantes do governo e parceiros da revista. A programação continua nesta sexta-feira (18), com debates sobre temas relacionados a trabalho e renda em diferentes perspectivas sobre as ruas, incluindo o padre Júlio Lancellotti, que abordará o tema População em Situação de Rua, no Brasil – Estratégia para dar visibilidade à questão. A gravação de todo o evento será divulgada em breve no Youtube da Revista Traços.
A Revista
A Revista Traços é um projeto social que se propõe a auxiliar na reinserção de pessoas em situação de rua ou extrema vulnerabilidade financeira no mercado de trabalho, auxiliando também a superar a situação de extrema pobreza e custear gastos básicos como moradia, alimentação e saúde. A publicação é vendida a dez reais em locais de grande circulação de pessoas, como bares, restaurantes e espaços culturais. Desses, sete reais são pagos aos vendedores, que são pessoas em situação de rua ou em extrema vulnerabilidade social, conhecidos como Porta-vozes da Cultura, e os outros três reais vão para a compra de outro exemplar, mantendo o ciclo de geração de renda e conquista de autonomia. A Traços difunde informações e iniciativas culturais há seis anos no Distrito Federal e há pouco mais de um ano no Rio de Janeiro e Niterói. Conheça a Revista Traços