Gabriella Lima (Qualis-APS)
Criado há três anos pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal, em parceria com a Fiocruz Brasília e a Universidade de Brasília (UnB), o Programa de Qualificação da Atenção Primária à Saúde (Qualis-APS) desenvolve ações para a melhoria da gestão e dos serviços prestados nas Unidades Básicas de Saúde do Distrito Federal. Entre elas, a oferta de cursos e aperfeiçoamento para os profissionais.
Em entrevista, o coordenador da Meta 3 do Programa de Qualificação da Atenção Primária à Saúde do Distrito Federal (Qualis APS), Marcelo Pedra, fala sobre as oficinas de Educação Permanente em Saúde ofertadas pelo Programa e os impactos nos processos de trabalho dos profissionais de saúde.
A Educação Permanente em Saúde ou EPS, é um dispositivo de formação que deve fazer parte do dia a dia do trabalho dos profissionais que atuam na área da saúde, compondo o processo de trabalho em saúde para que tudo funcione da melhor forma possível, detectando os problemas e buscando soluções. Além disso, amplia e qualifica o acesso de pessoas aos serviços de saúde disponíveis, promove a valorização dos profissionais em sua prática e propicia qualidade na oferta de ações e serviços para os usuários, famílias e comunidades.
Confira a entrevista:
1) Qual o balanço que você faz após a realização de quatro Oficinas de Educação Permanente em Saúde (EPS) nas Regiões de Saúde?
O balanço é muito positivo. As oficinas de EPS do Programa Qualis reuniram um conjunto amplo de trabalhadores que estão nas regiões de saúde, envolvendo trabalhadores das Estratégia Saúde da Família (eSF), gestores das Unidades Básicas de Saúde, residentes, trabalhadores dos Núcleos de Educação Permanente (NEPS), trabalhadores de Núcleo de Apoio à Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf AB), entre outros. Todos juntos mapeando as ações de EPS que já acontecem nas regionais, discutindo as informações em saúde disponíveis e como usá-las para organizar as ações de EPS, enfim, um trabalho coletivo que articulou os 4 eixos do Programa Qualis APS (Monitoramento e Avaliação, Curso de Especialização, Curso de Aperfeiçoamento e a comunicação).
2) Qual é o próximo passo para que esses serviços possam desenvolver uma Educação Permanente em Saúde efetiva nos locais de trabalho?
O próximo passo é fortalecer as agendas dos apoiadores institucionais, do Programa Qualis-APS, para dar continuidade nas regionais aos modelos e metodologias de EPS trabalhadas nas oficinas. Os apoiadores, em parceria com os NEPS, seguirão utilizando as informações do programa de monitoramento e avaliação, para qualificar as ações das equipes da APS.
3) Como o Qualis-APS ajudou os profissionais durante esse período em que foram realizadas as oficinas de educação permanente em saúde? Já podemos destacar algum avanço?
O Qualis-APS produziu um vasto conjunto de informações em saúde, a partir da autoavaliação e da avaliação externa das equipes da APS. Com estas informações, as equipes, os gestores e também as oficinas de EPS puderam construir estratégias de qualificação dos processos de trabalho. Além disso, foram ofertados os cursos de especialização em gerência de UBS e de aperfeiçoamento em Estratégia de Saúde da Família. Penso que o grande avanço a ser destacado agora é a junção de diferentes profissionais da APS, com o objetivo de olharem juntos para as informações levantadas e discutir as melhores as estratégias de EPS, garantindo o espaço na agenda para refletir sobre o trabalho na APS.
4) Qual foi o impacto desse processo nas Regiões de Saúde? Os profissionais e gestores saem satisfeitos após o trabalho realizado?
A garantia do espaço protegido para a EPS e a multiplicidade de pessoas, funções e profissões nas oficinas de EPS, sem dúvida teve um efeito bastante positivo nos participantes.
5) Do seu ponto de vista, qual foi o principal desafio verificado durante essa dinâmica e o que podemos levar como aprendizado?
O principal desafio é a sustentabilidade dos processos iniciados pelas oficinas de EPS. Por isso a importância do suporte dos apoiadores institucionais, dos NEPS, dos programas de residência, de todos que têm uma agenda constante com a APS, na construção de espaços formais, organizados e institucionalizados para a qualificação dos processos de trabalho da APS.
*Com edição da Fiocruz Brasília