Olhares curiosos e cheios de expectativas invadiram a sede da Fiocruz no Rio de Janeiro. O campus recebeu visitas na última semana, nos dias 9 e 10 de fevereiro, entre elas, as estudantes brasilienses Anna Beatriz Borges, de 17 anos, e Sarah Lins, de 18 anos. Elas foram as duas primeiras colocadas do Concurso de Ilustrações e Relatos “A Ciência da Vida: Minha Vida é na Ciência”, realizado pela Fiocruz Brasília durante a 1ª edição do evento #MaisMeninas, em 2020.
Animadas e atentas a cada detalhe, as jovens se juntaram a 120 meninas de 30 municípios do estado do Rio de Janeiro durante a Imersão de Verão, evento promovido pelo Programa Fiocruz Mulheres e Meninas na Ciência, da Coordenação de Divulgação Científica, vinculada à Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz (Vpeic/Fiocruz).
Pesquisadoras de unidades da Fundação guiaram as estudantes em atividades em laboratórios e espaços de pesquisa, enquanto contavam suas trajetórias e o trabalho que realizam. Anna Beatriz e Sarah foram recebidas por cientistas da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz) e viram o trabalho integrado das equipes da unidade. Psicólogas, químicas, biólogas, jornalistas, médicas, biomédicas e físicas apresentaram suas pesquisas e a pluralidade de temas e olhares que possibilitam diferentes inserções profissionais na área da saúde.
As meninas conheceram ainda o Cadernos de Saúde Pública; os processos de comunicação e divulgação científica; as pesquisas realizadas com as águas que circundam a Fiocruz e a relação com saúde ambiental; pesquisas de saúde indígena; e a coleção paleoparasitológica e de fezes, que reúne mais de 4 mil amostras de fezes de animais da fauna brasileira usados para pesquisa sobre a relação de parasitas antigos e recentes com a população humana. A coleção inclui um coprólito – fezes naturalmente mumificadas e fossolizadas – de dinossauro.
“Nós tivemos uma verdadeira imersão. Pudemos escolher área de interesse, ter contato com cientistas. Vimos que ciência não é só laboratórios e outros estereótipos, tem muito mais coisa envolvida”, contou Anna Beatriz.
A diversidade de temas e atuação profissionais que a ciência proporciona foi o que mais chamou atenção de Sarah, depois do imponente castelo mourisco que elas também puderam visitar para conhecer mais sobre a história da Fundação e da própria ciência brasileira. Construído entre 1905 e 1918, o Castelo da Fiocruz é um símbolo da ciência e da saúde nacionais. “Realizei um dos meus sonhos”, afirmou animada e com os olhos brilhando, a jovem estudante, quando se viu diante do monumento. No final da visita, o desejo era apenas um: não ir mais embora.
Como parte da programação, a diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, apresentou as iniciativas da unidade que buscam despertar o interesse de jovens meninas e mulheres para a área acadêmica e de pesquisa.
Uma grande roda de conversas entre alunas e pesquisadoras para um bate-papo e trocas de experiências encerrou as atividades em comemoração ao Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. A data do Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência – 11 de fevereiro – foi instituída em 2015 pela ONU, e desde 2019 integra o calendário Fiocruz.
O evento de encerramento foi transmitido ao vivo e pode ser assistido aqui.
Para Cristina Araripe, coordenadora do Programa Mulheres e Meninas na Ciência da Fiocruz, a ciência é muito ampla e todas as áreas cabem ali, se transformando em conhecimento para todos e de diversas maneiras. “Essas meninas saem daqui comprometidas e atentas sobre a importância da ciência. Estamos juntas para enfrentar esse desafio de mais mulheres na ciência”, finalizou.
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Converse com(o) uma cientista
Meninas de 13 a 19 anos moradoras do DF e entorno já podem se inscrever para o evento “Converse com(o) uma cientista”, que a Fiocruz Brasília irá realizar no dia 14 de março. Pesquisadoras da unidade vão compartilhar sua história com as meninas, mas também a ouvi-las e conhecê-las, saber dos seus sonhos e das suas dúvidas. O que é ciência? O que realmente uma cientista faz? Como faço pra ser uma cientista? Enquanto degustam um lanche, essas e outras questões serão respondidas, com conversas recheadas de trocas de saberes e experiências.
“Esse projeto tem como objetivo trazer meninas para a nossa instituição, para que conheçam mais sobre o que as nossas colegas fazem na Fiocruz, e para que a gente amplie a representatividade das mulheres na ciência, crie espaços de acolhimento e sejamos inspiradoras para futuras cientistas no Brasil”, afirma a diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio. Saiba mais