Terminou na sexta-feira (28/04) a missão institucional da Fiocruz Brasília a Moçambique, com participação da diretora, Fabiana Damásio; da vice-diretora e coordenadora do Programa de Alimentação, Nutrição e Cultura (Palin), Denise Oliveira; e da pesquisadora do Palin Ana Segall. A viagem teve como objetivo avançar na parceria em segurança alimentar e nutricional entre o Brasil e o país africano. Durante a missão, foi assinado acordo de cooperação de segurança alimentar e nutricional entre a Embaixada do Brasil em Moçambique e o Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional  (SETSAN) do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural de Moçambique.

No âmbito do acordo, pelo Brasil, a equipe da Fiocruz Brasília assumiu a coordenação do Grupo de Trabalho Técnico de Formação. Ao longo do período em Moçambique, foram realizadas uma oficina de planejamento das ações e a primeira reunião do Comitê de Acompanhamento do projeto. Na ocasião, foram apresentadas as atividades desenvolvidas desde 2017 e as que estão previstas para o período de 2023 a 2025. “Todo esse trabalho que vem sendo realizado ao longo dos últimos anos permitiu a consolidação desta parceria, que reforça o compromisso da Fiocruz com a Cooperação Sul-Sul”, afirmou a diretora Fabiana Damásio, destacando, em especial, o protagonismo da pesquisadora Denise Oliveira e Silva, que coordenará o Grupo de Trabalho. Segundo Denise, em torno de 35% das doenças do mundo têm relação com o que comemos e a pauta da segurança alimentar e nutricional não pode estar restrita a um ou outro programa ou pesquisador, mas conduzida e compartilhada por toda a Fiocruz. “A celebração desta cooperação internacional tem papel importante para rediscutir a  estratégia de ação da Fiocruz na Comissão dos Países de Língua Portuguesa, na medida em que Moçambique reúne grande número de atividades de referência. Nos inserimos nessa proposta global sobre a segurança alimentar e nutricional, que não é só um problema de países pobres”, ressaltou a pesquisadora. 

O acordo de cooperação tem dois eixos, sendo um deles focado na saúde, para auxiliar na  construção de  guias alimentares, catálogos e condições para que Moçambique se espelhe na experiência brasileira reconhecendo a importância de sua alimentação de base tradicional. O segundo eixo é a formação, que será liderada pela Fiocruz, em escala horizontal, capacitando as pessoas daquele país em nível executivo e também de gestão e acadêmico, para dar sustentabilidade e autonomia na área de educação e avaliação da soberania e segurança alimentar e nutricional. 

Desde 17/04, as atividades da Fiocruz Brasília em Moçambique incluíram uma série de reuniões e visitas técnicas a importantes parceiros, como o Ministério da Saúde, o Instituto Nacional de Saúde (INS), o Hospital Central de Maputo (HCM) e um Centro de Cuidados Primários (equipamento equivalente à Unidade Básica de Saúde do Brasil).

No HCM, um dos destaques da visita foi o Banco de Leite Humano, implantado com o apoio do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), com importante impacto na melhoria dos indicadores de internação e combate à desnutrição infantil. Atualmente, o Banco conta com uma equipe da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES/DF) para o aprimoramento de suas atividades. A delegação da Fiocruz Brasília também esteve com profissionais formados pela Fiocruz e que hoje atuam em importantes instituições moçambicanas, entre eles o diretor de Formação e Comunicação em Saúde do INS, Rufino Gujamo.

Além da Fiocruz Brasília, integraram a delegação brasileira na missão a Moçambique Andrey Lemos,  Fatima Carvalho e Larissa Eloai Bassani, do Ministério da Saúde; Paula Rougermont e Paulo Lima, da Agência Brasileira de Cooperação.