Representantes da Fiocruz Brasília e de diversas outras entidades de assistência e pesquisa em saúde estiveram reunidos no Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE/UFPel), na última quinta-feira (22/6), durante uma oficina de integração do projeto “Avaliação do cenário de Resistência Antimicrobiana (RAM) em hospitais universitários e uma proposta de tecnologias para prevenção, controle e monitoramento das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (Iras)”.

A RAM ocorre quando microrganismos sofrem alterações e passam a causar infecções para as quais os medicamentos antes usados no tratamento não surtem mais efeito. O uso indevido e excessivo de medicamentos antimicrobianos, como os antibióticos, está entre os principais fatores que aceleram esse processo – uma ameaça crescente à saúde pública.

Coordenado pela UFPel, com participação da Fiocruz Brasília, o projeto de pesquisa sobre a RAM foi contemplado em um edital do Programa Inova Fiocruz, em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs). Lançado em dezembro do ano passado, o edital era voltado a propostas de todas as unidades e escritórios da Fiocruz em cooperação com pesquisadores de Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs) do estado do Rio Grande do Sul, integrantes da Rede Saúde RS.

A oficina de integração contou com palestras e apresentações de casos do HE/UFPel e de outros hospitais, além de mesa redonda com pesquisadores da Fiocruz Brasília. Na abertura do encontro, o coordenador do projeto, Rafael Lund, professor da UFPel, explicou que o trabalho é composto por três grandes fases, a serem desenvolvidas ao longo de dois anos. “Essa é a primeira oficina de muitas que virão”, afirmou. O diretor-presidente da Fapergs, Odir Dellagostin, destacou a participação e cooperação de pesquisadores de todas as ICTs vinculadas à Rede Saúde RS. “Trará grandes e importantes resultados para a saúde única no Rio Grande do Sul, no Brasil e, quiçá, no mundo”, disse.

A pesquisadora Mariana Pastorello Verotti, do Núcleo de Epidemiologia e Vigilância em Saúde (Nevs) da Fiocruz Brasília, falou do cenário nacional de resistência aos antimicrobianos, e destacou o interesse da equipe pelo assunto tendo em vista o foco da OMS na saúde única – uma abordagem que busca equilibrar e otimizar de forma sustentável a saúde de pessoas, animais e ecossistemas. “Temos que trabalhar mais nessa área juntos, laboratórios, empresas, hospitais universitários, Fiocruz. Um trabalho de formiguinha, mas unificado”, ressaltou.

* Com informações da Coordenação de Comunicação Social da UFPel