O afeto em tempos de pandemia foi o tema norteador da Aula Inaugural da Especialização em Educação Popular em Saúde na Promoção de Territórios Saudáveis e Sustentáveis, ofertada pela Escola de Governo Fiocruz – Brasília. A atividade online ocorreu na sexta-feira (14) e foi transmitida pelo canal da Fiocruz Brasília no Youtube.
O novo curso tem carga horária de 450 horas e faz parte da estratégia institucional de fortalecimento e defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), da qualidade do cuidado e das práticas educativas em saúde, por meio da formação e da mobilização de trabalhadores da saúde, conselheiros e usuários da saúde e das demais políticas sociais do Distrito Federal (DF) e entorno. O Curso é uma ação da Fiocruz Brasília, por meio do Programa de Promoção da Saúde, Ambiente e Trabalho (PSAT) e da Plataforma de Inteligência Cooperativa com a Atenção Primária à Saúde (PICAPS), juntamente com parceiros da sociedade civil organizada e de entidades da saúde. As atividades do Curso estão organizadas em sete módulos disciplinares, denominados “trilhas metodológicas”.
“Iniciamos esta nova Especialização da Fiocruz Brasília fortalecidos pelo afeto, fazendo deste espaço de aula virtual um grande encontro entre formadores e defensores da saúde popular e do SUS. Que a partilha entre nós seja um exercício permanente, e que possamos reconhecer no outro a esperança do compromisso com a vida, que nos move a partir da amorosidade”, declarou, em sua saudação inicial, a diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio.
Segundo o educador popular e presidente do Conselho de Educação Popular da América Latina e Caribe (CEAAL), Oscar Jara Holliday, a educação popular em saúde é um processo em defesa da vida, e a formação do educador popular é um movimento de construção permanente de democracia e mobilização popular. “A educação popular em saúde também é uma forma de esperançar”, lembrou. “Amorosidade é um longo caminho para uma sociedade mais justa”, acrescentou Osvaldo Bonetti, coordenador de Educação Popular da Picaps e membro da comissão político-pedagógica do curso. Segundo ele, a Especialização vai promover a interação e a intersetorialidade, em especial nestes tempos de pandemia, que exigem novos aprendizados. “O curso vai fortalecer o trabalho em rede, em um processo educativo de construção de saberes e práticas”, enfatizou.
“Inauguramos hoje um curso que está a serviço da sociedade e que reúne elementos de coragem e resistência. Quando a Fiocruz abre esse espaço de formação, ela traz para dentro da instituição um espaço de eco para a transformação do SUS”, avaliou a vice-diretora da Fiocruz Brasília, Denise Oliveira e Silva. “Não é possível exercer a amorosidade sem aproximar projetos, esperanças, desejos e lutas”, sintetizou.
A força do SUS foi destacada pelo jurista e professor José Geraldo. “O SUS ampara, democratiza e abraça a população com suas políticas, programas e serviços de saúde”, afirmou, saudando iniciativas como essa da nova Especialização para o fortalecimento do sistema público de saúde. Para a deputada federal Erika Kokay, é preciso valorizar os saberes que estão nos territórios. “Não há nada mais amoroso do que reconhecer o outro, estabelecendo com ele um diálogo e trocas que enriquecem a nossa constante construção de nós mesmos”, disse.
A amorosidade sob vários olhares
– “Amorosidade é o novo mundo que a gente faz a partir de cada um e cada uma” (Silvéria dos Santos, enfermeira e coordenadora adjunta da Especialização);
– “Amorosidade é o ato de existir e resistir” (Vanderléia Laodete Pulga, educadora popular);
– “Para seguir com amorosidade, é preciso esperançar” (Vera Dantas, educadora popular);
– “Amorosidade é escutar os vazios da sua consciência em tempos obscuros” (Ray Lima, poeta, compositor e educador popular).
Assista abaixo à integra da aula inaugural