Cuiabá, MT
O projeto “Juventude Cigana: da invisibilidade à comunicação popular em saúde” consiste na oferta de uma formação online em comunicação popular em saúde para jovens romani brasileiros para atuação junto às suas comunidades no combate à desinformação. A proposta se justifica no contexto da pandemia de Covid-19, que acentuou as desigualdades e a negligência em relação aos povos tradicionais, que tiveram direitos violados e foram vítimas de discursos de ódio e racistas. Esse cenário reforça a importância da leitura crítica das novas mídias e tecnologias, e da circulação de informações em saúde qualificadas, especialmente entre os jovens. A formação, além do combate às fake news, tem como objetivo fomentar a produção de conteúdo sobre saúde para as redes sociais a partir de uma perspectiva ética, antirracista e emancipatória.
Para a execução da proposta, a AEEC-MT se articulou com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), bem como com os coletivos Orgulho Romani e Ciganagens, e o projeto Mapas da Vida, da Universidade Federal de Rondonópolis.
O curso já foi totalmente planejado, com a definição de temas, conteúdos e abordagens, e com a seleção dos oficineiros – os critérios utilizados foram conhecimento da temática, profissionais ciganos ou negros, e equidade de gênero. A formação será ofertada de 28 de fevereiro a 24 de março, sempre às terças e quintas-feiras, das 20h às 21h30. Os temas dos encontros virtuais serão: a informação e a comunicação no campo da saúde; o que é desinformação e fake news, e como identificar; definição e identificação de racismo, anticiganismo, discursos de ódio e violências simbólicas; fact-checking; uso seguro das redes, midiatização e juventude; produção de conteúdo para as redes e os desafios para a autorregulação.
As inscrições foram amplamente divulgadas em diversos veículos de comunicação e ficaram abertas até 31 de janeiro. Como houve muita procura, os organizadores decidiram revisar o orçamento do projeto e aumentar a oferta do curso de 20 para 30 vagas (os participantes receberão uma ajuda de custo). Os inscritos representam ampla diversidade regional, étnica, sexual e de gênero.
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Como resultados da formação, haverá produção de conteúdo para mídias sociais para enfrentamento das fake news em saúde e dos estereótipos acerca dos povos romani, com o objetivo de promover a saúde e valorizar as culturas ciganas, em especial junto aos jovens. Existe também a perspectiva de que se estabeleça uma rede nacional de juventude cigana. Está prevista ainda a elaboração e distribuição de um guia sobre técnicas e métodos de uso das mídias sociais no combate à desinformação no campo da saúde para a juventude cigana, como estratégia de replicação da formação em novas oportunidades.
Mais informações: https://www.instagram.com/aeecmt/