Salvador, BA
Nos anos de 2020 e 2021, a ACBANTU, em parceria com a Fiocruz, realizou duas etapas do projeto “Kuna luvolelu ya jingu: em defesa da vida”, na Bahia, em territórios de povos e comunidades tradicionais (povos indígenas, povos de terreiro, povos ciganos, comunidades quilombolas e comunidades de marisqueiras e pescadores artesanais). O objetivo era construir, nesses territórios tradicionais, protocolos comunitários de emergência com foco no enfrentamento da Covid-19 e suas consequências, envolvendo lideranças comunitárias e gestores públicos. As ações alcançaram mais de 900 famílias de seis municípios com ações educativas, campanhas de vacinação, garantia de direitos, distribuição de cestas de alimentos agroecológicos e kits de higiene.
Agora, na terceira fase do projeto, estão sendo fortalecidas as práticas comunicacionais, como forma de resistência aos conflitos, às ameaças à vida, à negação de direitos e à intolerância, a partir das narrativas dos povos e comunidades tradicionais participantes. A proposta envolve formação em comunicação comunitária e produção de conteúdo em saúde na perspectiva dos saberes e fazeres tradicionais. Para a execução da terceira fase do projeto, a ACBANTU já se articulou com outros coletivos, com a Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) e com a Secretaria Estadual de Saúde da Bahia.
Com a mobilização e o engajamento dos territórios tradicionais participantes, já foram realizados dois eventos: um “Encontro de Diálogos Territoriais”, em 21/11/2022, e uma “Oficina de Comunicação Comunitária”, em 20/12/2022. Participaram das atividades povos indígenas e de terreiro. Nas ocasiões, foram feitos registros audiovisuais, materiais que serão utilizados na produção de vídeos, podcasts e revista virtual. Também está sendo elaborada uma campanha em defesa da vacinação durante o carnaval de Salvador. Para a condução dessas ações, foi criado o Núcleo de Comunicação Comunitária da ACBANTU.