Com auditório lotado, Fiocruz Brasília celebra início do ano letivo

Fernando Pinto 11 de março de 2024


Desde a instauração da pandemia de Covid-19 em 2020, quando tivemos que transferir nossas atividades educacionais para o formato virtual, não se via uma escola tão movimentada, viva e cheia de cores, mas essa cena voltou a acontecer na última semana com a abertura do ano letivo de 2024 da Escola de Governo Fiocruz Brasília (EGF-Brasília). 

 

Na quinta-feira (7/3), foram realizados o acolhimento discente e a aula inaugural da Escola. Cerca de 230 alunos veteranos e calouros, provenientes do mestrado profissional, dos cursos de especialização e dos programas de residências multiprofissionais e médica, se reuniram para iniciar o novo ano. 

 

A diretora executiva da Escola, Luciana Sepúlveda, recepcionou os novos e antigos discentes, expressando a sua alegria em ver a EGF-Brasília viva e pulsante novamente. “Desde a pandemia, quando tivemos que transferir as nossas atividades para o virtual, não se via mais essa casa tão cheia de energia”, enfatizou ao lembrar dos desafios que foi transformar os cursos presenciais para o remoto em ocasião da pandemia. Ela reforçou a alegria que é encontrar novamente toda essa movimentação nos corredores, nas salas de aula e no jardim da instituição. “Sempre é um momento de muita alegria o início do ano acadêmico. A gente espera que mobilize a todos nós. Não deixa de ser um tipo de ritual de iniciação e celebração. Compartilhamos com aqueles que chegam, plenos de expectativas, projetos, histórias, um pouco do que somos, do que nos move como comunidade-escola”, frisou ao celebrar o auditório lotado de docentes e discentes.

 

Emocionada, a diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, também falou da alegria que é estar presente no auditório tão cheio de pessoas em busca do saber. Ela falou de alguns momentos que são importantes da Escola: o ingresso dos alunos e a finalização dos processos de formação. “No momento que vocês entram em nossa Escola, vocês renovam a nossa esperança e a nossa missão enquanto instituição histórica que defende a ciência, o Sistema Único de Saúde e todas as políticas sociais”, enfatizou ao afirmar que a Escola se constitui na diversidade dos seus alunos e nos movimentos daqueles que chegam e que partem.

 

Aula magna

 

Desigualdades sociais, políticas de saúde pública e lutas pela justiça sanitária. Este foi o tema da aula inaugural do ano letivo de 2024 da EGF-Brasília. A temática foi abordada pelo antropológo e sociólogo Richard Parker, professor de Ciências Sociomédicas e Antropologia da Columbia University, co-coordenador do Observatório de Sexualidade e Política e diretor presidente da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia), uma das principais organizações não-governamentais de AIDS no Brasil.

 

Em sua aula magna, o antropólogo trouxe dados dos movimentos, conquistas e desafios do campo da saúde coletiva das últimas décadas, fazendo um paralelo com os pressupostos, parâmetros e pontos de partida, das temáticas do poder, desigualdade, saúde, direitos humanos e justiça social. O professor também abordou os desafios para construir o futuro da democracia e a luta constante pela justiça sanitária.

 

Sobre este último ponto, Parker afirmou que temos que reconhecer a luta pela justiça sanitária como o maior desafio que o campo da saúde – tanto nacional quanto internacional – enfrenta na atualidade e no futuro próximo. “Este desafio está necessariamente vinculado à defesa da democracia e a reforma da governança global. Sem eles, é quase impossível imaginar a justiça sanitária como uma meta realista. Têm que caminhar juntos”, ponderou ao afirmar que este trio é ao mesmo tempo o grande objetivo e a possibilidade capaz de mobilizar a nova geração de profissionais em formação no campo da saúde coletiva.

 

Vamos conversar sobre a representação discente?

 

Em um momento só deles e com eles, os alunos da Escola realizaram uma atividade autogestionada sobre a representação discente, com a mediação do coordenador geral da Associação de Pós-Graduandos da Fiocruz (APG-Rio), Bruno Dias e com representantes discentes dos cursos da Escola. Com manequins no palco vestindo camisetas com os dizeres “Eu defendo o SUS”, os estudantes refletiram sobre formação acadêmica, coragem, democracia, medo, esperança, articulação, resiliência e coletividade. Os discentes também contaram com um momento de apresentação das áreas que integram a EGF-Brasília.

 

A EGF em números

 

A Escola de Governo Fiocruz-Brasília oferta cursos em diversas modalidades e áreas de conhecimento como: cooperação internacional, ética e bioética, gestão e planejamento em saúde, análise de dados, epidemiologia, promoção da saúde e intersetorialidade, vigilância em saúde, mediação sanitária, inteligência do futuro, direito, dentre tantas outras temáticas do campo da saúde pública. Além de especialização em promoção e vigilância em saúde, ambiente e trabalho; direito sanitário; políticas públicas em saúde; comunicação em saúde; transformação digital na saúde; bioeconomia das plantas medicinais e fitoterápicos; epidemiologia aplicada aos serviços do SUS e promoção da saúde das mulheres. A Escola oferta também turmas dos mestrados profissionais em Políticas Públicas em Saúde e de Saúde da Família/ProfSaúde, e turmas das residências multiprofissionais, nas áreas: de Gestão de Políticas Públicas para Saúde; Atenção Básica; Vigilância em Saúde; Saúde da Família com Ênfase em Saúde da População do Campo; Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas e a residência Médica em Medicina de Família e Comunidade.

 

Hoje a EGF-Brasília conta com mais de 750 discentes:

 

Cursos Alunos ativos  Alunos ingressantes no 1º semestre de 2024
Mestrado Profissional em Políticas Públicas em Saúde 94 29
Mestrado Profissional em Saúde da Família – ProfSaúde X
Especialização  312  80
Programas de Residências Multiprofissionais e Médica  126  115 

 

 

Confira aqui a galeria de imagens do acolhimento discente e clicando aqui a galeria da aula magna