A programação do III Seminário Internacional e VII Seminário Nacional As relações da Saúde Pública com a Imprensa também teve espaço para a capacitação. Cerca de 50 profissionais de comunicação e de saúde de todo o Brasil participaram de dois minicursos ofertados nos dias 7 e 8 de novembro.
O primeiro, intitulado Design estratégico: hackeando a comunicação visual em saúde, foi ministrado pelo publicitário Carlos Sarina, designer gráfico e editorial premiado, que atua no mercado há mais de 25 anos e compõe a equipe da Assessoria de Comunicação da Fiocruz Brasília. Ele apresentou técnicas e processos para a criação de materiais visuais de comunicação com conteúdo relevante e de qualidade. Tipografia, paleta de cores, regra dos terços, os principais pontos de interesse das imagens, ordem de leitura, contraste e hierarquia das informações foram alguns conceitos vistos pelos participantes.
Sarina destacou a importância da humanização e da variedade de personagens, fugindo de padrões de pessoas brancas e abarcando a diversidade dos brasileiros. “Todo elemento usado nas peças gráficas buscam gerar resultado. As pessoas gostam de ver pessoas, chama atenção e passa confiança. É assim que as empresas vendem experiências: com a arte”, afirmou.
O publicitário deu ainda dicas de aplicativos gratuitos e online para auxiliar na produção de materiais. Os estudantes e profissionais presentes colocaram em prática o conteúdo visto, produzindo um card sobre o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, celebrado dia 3 de dezembro. Ao final, o designer avaliou todos os materiais feitos pelos participantes.
A comunicação de risco foi o tema do segundo minicurso, ministrado pelo oficial de comunicação da Organização Panamericana da Saúde e Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), Luís Felipe Sardenberg e a especialista em comunicação do Departamento de Emergências em Saúde da OPAS, Tanya Escamilla, diretamente de Washington, Estados Unidos.
O conceito se refere à troca em tempo real de informações, orientações e opiniões entre especialistas ou autoridades e pessoas que enfrentam uma ameaça ou perigo à sobrevivência, saúde ou seu bem-estar econômico ou social. Essa comunicação é feita para que todos em risco sejam capazes de tomar decisões informadas pra mitigar os efeitos da ameaça e tomar medidas de proteção e prevenção.
Luís apresentou as técnicas utilizadas pela comunicação de risco, como o relacionamento com a imprensa, mídias sociais, campanhas de comunicação de massa, promoção da saúde, mobilização social e engajamento das comunidades. “Requer a compreensão das percepções, preocupações e crenças das partes interessadas. Para ser mais eficaz, a comunicação de risco também deve identificar logo no início e manejar qualquer tipo boatos, desinformação e outros desafios da comunicação. As informações falsas se propagam tão rápido quanto o vírus”, declarou ao pontuar os elementos para uma comunicação exitosa: informações técnicas, valores, confiança, credibilidade e empatia. “Não devemos começar a transmitir a mensagem sem antes analisar o resultado que queremos. As pessoas tendem a prestar mais atenção na mensagem se sentirem que a pessoa que está transmitindo se importa com eles”, completou.
O jornalista mostrou formas de combater a desinformação, que não é um fenômeno novo, já que boatos e fake news sempre foram fabricados, mas hoje se propagam com mais facilidade devido às tecnologias, conectividade e quantidade de mensagens transmitidas. Entre elas, o documento Dicas para verificar informações sobre as vacinas contra a COVID-19 – Guia para jornalistas.
A empatia com o público-alvo perpassa por dois outros pontos: o relacionamento com as comunidades e a horizontalidade da comunicação, destacados por Tanya Escamilla. Para ela, é preciso investir em ferramentas e estruturas multidisciplinares, além de planejar e testar. “O feedback constante é chave essencial para se preparar antes da crise e para responder a comunidade”, disse. A gravação do minicurso será divulgada em breve no canal da Fiocruz Brasília no Youtube.
Confira aqui as fotos do evento
Saiba mais sobre o Seminário:
“Para superar um jornalismo que desumaniza”
Os desafios e lições de quem comunica evidências
Do ódio à empatia: diálogos sobre divulgação científica
Da assessoria à redação: os desafios de fazer jornalismo numa pandemia
Empatia: a chave para uma comunicação eficaz
Mídias sociais, terra sem lei?
Covid-19: estudos e relatos de experiência
Cerimônia marca formatura de Especialização em Comunicação em Saúde