Após 13 meses de formação híbrida, com momentos presenciais e virtuais, 35 voluntários de assentamentos rurais se tornaram a primeira turma a receber os certificados de Agentes Populares de Saúde do Campo no Ceará, em cerimônia realizada no dia 2 de outubro. O Curso de Formação foi desenvolvido a partir de uma demanda do próprio grupo, que, durante a pandemia de Covid-19, em uma região com cobertura ainda escassa do SUS, decidiu contribuir para os cuidados, as orientações e o acompanhamento de mais de 700 famílias nos munícipios de Amontada, Canindé, Crateús, Miraíma, Santana do Acaraú e Santa Quitéria.
Durante o Curso, os Agentes Populares conheceram melhor o novo vírus e a doença, as estratégias de prevenção, a vacina e as técnicas de manejo e monitoramento de pessoas sintomáticas. Também ajudaram a desenvolver um aplicativo de celular que facilita a coleta de informações de saúde nos territórios, reunindo dados sobre a realidade para orientar intervenções nos territórios e a elaboração de políticas públicas.
O Curso foi realizado pela Fiocruz, em parceria com a Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares (RNMMP) e o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra. A Formação faz parte dos trabalhos desenvolvidos pelos estudantes Ana Paula Dias de Sá e Fernando Paixão, no âmbito do Mestrado Profissional em Políticas Públicas em Saúde – Turma Ceará, da Escola de Governo Fiocruz – Brasília em conjunto com as unidades da Fiocruz de Pernambuco e do Ceará.
“Esses encontros são importantes porque deles surgem ações que fortalecem o direito à saúde e o Sistema Único de Saúde (SUS), e materializam a aproximação entre a teoria e a prática”, afirmou o coordenador da iniciativa, o professor André Fenner, do Programa de Promoção da Saúde, Ambiente e Trabalho (PSAT) da Fiocruz Brasília. A conclusão do Curso de Agentes Populares motivou a também mestranda Rosely Arantes a produzir um relato sobre essa experiência, que pode ser conferido aqui, na seção Dê Letras à sua Ação do site da Fiocruz Brasília.