Covid-19: Orientações sobre o uso de máscaras de proteção

Nathállia Gameiro 6 de abril de 2020


Nayane Taniguchi

 

Na última semana, o Ministério da Saúde divulgou novas orientações sobre o uso de máscaras para ajudar na prevenção contra o novo coronavírus: a utilização dos modelos de pano, que também funcionam como barreiras na propagação da doença. Desta forma, os equipamentos para proteção dos profissionais de saúde, que trabalham na assistência às pessoas doentes, ficam destinados a este fim. De acordo com o Ministério, desde o início da pandemia provocada pelo coronavírus, uma corrida mundial em busca de máscaras de proteção fez com que elas sumissem das prateleiras. 

 

“Para proteger você e sua família, o Ministério da Saúde orienta a produção de modelo simples, de pano”, diz, em seu site. O Ministério lançou, ainda, uma campanha digital pela mobilização da população para fabricar as próprias máscaras de pano. Para ser eficiente como uma barreira física, a máscara caseira precisa seguir algumas especificações, como ter, pelo menos, duas camadas de pano, ou seja, dupla face; ser individual, ou seja, não pode ser dividida com ninguém; os materiais para confecção podem ser tecidos de algodão, tricoline, TNT ou outros, desde que cubram totalmente o nariz e a boca,  sejam higienizados corretamente e que as máscaras estejam bem ajustadas ao rosto, sem deixar espaços nas laterais. 

 

As máscaras também devem ser lavadas pelo próprio indivíduo, com sabão ou água sanitária, permanecendo de molho por cerca de 20 minutos, para manutenção do autocuidado, e ser trocada quando ficar úmida. 

 

Confira mais informações no site do Ministério da Saúde

 

Uso de máscaras cirúrgias e N95

As recomendações do Ministério da Saúde em relação ao uso de máscaras cirúrgicas  e N95 permanece: apenas pessoas com sintomas, doentes, ou as que tenham a confirmação da Covid-19, seus familiares responsáveis pelo cuidado e profissionais de saúde devem usar este equipamento de proteção. Com o avanço do novo coronavírus nos estados brasileiros, tem sido recorrente que pessoas  utilizem máscaras para ir ao mercado, farmácias e em deslocamentos. Além de não ser o recomendado, este tipo de atitude prejudica o sistema de saúde, com a falta dos equipamentos para proteger os profissionais do setor. 

 

“Não faz sentido que todos nós comecemos a usar a máscara cirúrgica, até porque elas irão faltar, e são necessárias para quem está doente, para quem cuida dos doentes,  para quem está nos serviços de saúde ou ainda quem faz a limpeza nos serviços de saúde, que têm uma chance maior de ter contato com o vírus ou bactérias que podem causar infecções”, ressalta o coordenador do Núcleo de Epidemiologia e Vigilância em Saúde da Fiocruz Brasília (NEVS), Cláudio Maierovitch.

 

Nas situações em que o uso de máscara cirúrgica se faz necessário, é preciso tomar alguns cuidados, como não manusear o equipamento na parte da frente, visto que há mais chances de ter secreções, além de trocá-lo com frequência, para que não fique muito molhado. 

 

O pesquisador reforça, como medida importante para evitar a proliferação da doença, permanecer em casa, evitando contato com outras pessoas, que podem estar doentes e não manifestarem os sintomas. Também é necessário não compartilhar utensílios (copos, garrafas, talheres, toalhas) que possam estar em contato com secreção e passar de uma pessoa para outra. 

 

Para as pessoas que têm manifestação de sintomas respiratórios, a indicação é permanecer em casa, manterem-se hidratadas, aferir a temperatura e evitar o contato com membros da própria família. “Ainda não temos essa prática no Brasil, mas quem está doente deve ficar em casa para se cuidar, para cuidar dos outros, para cuidar da saúde pública e não transmitir doença para os outros”, reforça. 

 

Serviços de saúde: quando procurar

É importante procurar os serviços de saúde apenas se necessário, como em casos de agravamento dos sintomas ou de pessoas que compõem o grupo de risco, entre elas, idosos ou com doenças pré-existentes. “Só devemos procurar o serviço de saúde se realmente precisarmos. E, quais são essas condições que devem levar a esse alerta? Pessoas mais frágeis têm que ficar mais atentas se tiverem algum sinal diferente, como muita febre, desânimo, muito sono; com mais de 60 anos ou que tenham bronquite, doença pulmonar ou algum outro problema de saúde. Essas pessoas devem ir ao serviço de saúde”, explica Cláudio.  Em caso de falta de ar, respiração curta ou queda de pressão, a indicação é também procurar o serviço de saúde. “As demais pessoas que não estão nessas condições, devem se cuidar em casa. Se tiver febre vai tomar um analgésico, se tiver dor também, usar muito soro no nariz, tomar muito líquido e só, não há muito o que recomendar. O que mais estamos recomendando é que evitem o contato com outras pessoas para não contaminá-las”, orienta. 

 

O pesquisador faz ainda outro alerta acerca da superlotação dos serviços de saúde. “Em uma sala super lotada, o perigo aumenta. Os serviços de saúde são lugares onde têm pessoas doentes, inclusive doenças que se transmitem umas para as outras. Os profissionais de saúde podem ficar doentes e, se isso acontecer, vão faltar ainda mais profissionais do que faltam hoje para atender as pessoas”, conclui.

 

Medidas de prevenção

Lavar as mãos (dedos, unhas, punho, palma e dorso) regularmente com água e sabão ou utilizar o álcool em gel, que também pode ser usado para limpar objetos como telefones, teclados, cadeiras, maçanetas, entre outros; fazer a limpeza doméstica com água sanitária para desinfetar superfícies; usar lenço descartável para higiene nasal são algumas medidas importantes de prevenção, além de cobrir o nariz e a boca ao tossir e espirrar e evitar tocar olhos, nariz e boca sem que as mãos estejam limpas.

 

* Com informações do Ministério da Saúde