Evento ocorreu durante Aula Inaugural do I Curso de Especialização em Saúde Coletiva da Fiocruz Brasília
“A formação em Saúde Coletiva no Brasil: avanços históricos e desafios contemporâneos para a consolidação do SUS” foi o tema da palestra proferida pela diretora do Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Isabela Cardoso de Matos Pinto, durante a aula inaugural do I Curso de Especialização em Saúde Coletiva da Fiocruz Brasília, realizada ontem (22), no auditório interno da instituição.
Isabela fez uma retrospectiva sobre a história da saúde no Brasil e explicou como se deu o desenvolvimento do campo da Saúde Coletiva, quais foram os avanços, quais são os desafios e destacou a elaboração dos principais conceitos e teorias sobre o tema. ”Vale ressaltar que a militância sociopolítica, a mediação estratégica e a nossa articulação com os movimentos sociais foram fundamentais para a consolidação da Saúde Coletiva”, disse Isabela, que acrescentou: “A saúde vai além da assistência médica e a Saúde Coletiva é um espaço multidisciplinar, que abarca diferentes profissões e é interdisciplinar, o que exige a integração de saberes de diferentes disciplinas”.
Entre os principais avanços, Isabela mencionou a expansão dos Programas de Saúde Coletiva no Brasil, as comissões e a ampliação dos Grupos de Trabalho da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), além da expansão dos cursos de Pós-graduação e da criação dos cursos de graduação, que hoje totalizam 22 em todo o país. Isabela destacou, ainda, o crescimento da produção científica. “A produção de artigos científicos na área de política de saúde ocupa o 3º lugar, estando atrás apenas dos Estados Unidos e do Reino unido”, afirmou.
Sobre os principais desafios, Isabela comentou sobre a transição da sociedade brasileira, falou sobre o aumento na prevalência das condições crônicas, do aumento da expectativa de vida e, consequentemente, da necessidade de cuidados mais complexos e custosos. No que se refere às competências do sujeito da Saúde Coletiva, Isabela falou sobre a capacidade de análise do contexto que ele precisa ter em relação às práticas que realiza e da compreensão da organização e gestão do processo de trabalho em saúde. ”Precisamos construir sujeitos, entendendo a educação como uma forma de não repetir a história. Ampliem o horizonte estratégico e não se encolham nas suas conchas. Se tornem sujeitos ativos na defesa dos princípios constitucionais e na constituição da Rede de Atenção Básica”, finalizou.
Abertura
Antes da palestra de abertura, o diretor da Fiocruz Brasília, Gerson Penna, a coordenadora da Escola Fiocruz de Governo (EFG), Fabiana Damásio e as coordenadoras do curso de Especialização em Saúde Coletiva, Dulce Ferraz e Daniella Rodrigues deram as boas vindas aos alunos. “A diversidade do perfil dos alunos aprovados nesse curso enriquecerá bastante o processo de aprendizagem. Aproveito para dizer que, hoje, somos nós, professores que aplaudimos vocês por terem escolhido a Fiocruz”, disse Gerson.
ISC/ UFBA
O Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) é um centro de formação avançada que busca desenvolver uma perspectiva inovadora de ensino na área de Saúde Coletiva. Baseia-se em programas integrados de pesquisa, ensino e cooperação técnica, envolvendo docentes, pesquisadores e alunos de pós-graduação e graduação. O Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (PPGSC-ISC/UFBA), criado em 1973, é um dos mais antigos do país. Como reconhecimento a sua destacada trajetória acadêmica e científica, nos dois últimos triênios, recebeu nota máxima (sete) na Avaliação da CAPES, sendo o único programa de pós-graduação situado nas Regiões Norte e Nordeste a ter alcançado tal distinção.