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Dengue: uma luta de todos

Adrielly Reis 31 de janeiro de 2025


Mais um verão, chuvas acentuadas, entulho e descarte incorreto do lixo… O cenário perfeito para receber a visita indesejada de um velho conhecido e inimigo da saúde pública: o Aedes aegypti, o mosquito da dengue. Parece até notícia velha, afinal, o Brasil já convive com esta arbovirose há mais de 40 anos. Mas, agora, há um agravante, as mudanças climáticas, que, somadas a esses aspectos, favorecem ainda mais o aumento dos casos. De acordo com o InfoDengue, sistema de alerta para arboviroses da Fiocruz, foram registrados 285.851 mil casos de dengue no Distrito Federal (DF), no período de 27/1/2024 a 25/1/2025.

 

Com o intuito de evitar uma nova epidemia de dengue, como foi no ano de 2024, o Correio Braziliense promoveu o CB Debate – Dengue: uma luta de todos, nesta quinta-feira (30/1). O evento reuniu a vice-governadora do DF, Celina Leão; a secretária de Saúde do DF, Lucilene Florêncio; o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Swedenberger Barbosa; professores da Universidade de Brasília (UnB) e a Fiocruz Brasília.

 

Os participantes apostam na informação e orientação à população e à rede assistencial de saúde como medidas preventivas. O pesquisador Claudio Maierovitch, do Núcleo de Epidemiologia e Vigilância em Saúde (Nevs) da Fiocruz Brasília, defende que haja uma preparação melhor dos profissionais que atuam nas Unidades Básicas de Saúde, além de uma gestão de avaliação dos erros.

 

“Acho que não é demais dizer que, frente ao quadro que nós vivemos no ano passado, é imprescindível a análise dos erros, discussão dos óbitos que ocorreram, revisão de protocolos a partir desta avaliação. São coisas simples, óbvias para quem está na gestão da saúde, mas têm que ser feitas e acho que são inadiáveis para tentar reduzir a frequência de óbitos. Essa transparência, na minha impressão, é absolutamente essencial para que as coisas funcionem”, assinala Maierovitch. O pesquisador falou também sobre a expectativa da ampliação da cobertura vacinal, contemplando boa parte da população, aliada à manutenção da vacinação em crianças para manter a imunidade populacional.

 

A vice-governadora do DF, Celina Leão, chamou a atenção para a responsabilidade que a população também exerce na prevenção da doença. “Cada pessoa tem o seu papel para prevenir a dengue, inclusive evitar o descarte incorreto do lixo, que, além de acarretar outros problemas, como enchentes agora no período das chuvas, contribui para a proliferação de focos e criadouros do mosquito”, afirmou. Celina destacou, ainda, que “a saúde pública exige atenção vigilante, não é o momento para ficarmos tranquilos”, referindo-se à diminuição de casos registrados até o momento. Entre 29 de dezembro e 18 de janeiro, foram registrados 1.421 casos prováveis, enquanto no mesmo intervalo de 2024, esse número chegou a 29.510.

 

Participaram do CB Debate – Dengue: uma luta de todos também: Douglas Figueredo, diretor-presidente da Geap Saúde; e os painelistas Rivaldo Venâncio, secretário adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente; Fabiano dos Anjos, subsecretário de Vigilância à Saúde (SVS) da Secretaria de Saúde do Distrito Federal; Jonas Brant, professor da UnB; e André Bon, infectologista do laboratório Exame Medicina Diagnóstica/Dasa.

 

Para o 2º painel, que abordou os aspectos epidemiológicos, diagnóstico e tratamento, participaram, ao lado de Claudio Maierovitch, Carla Pintas, professora de Saúde Coletiva da UnB; e Lívia Vinhal, coordenadora-geral de Vigilância de Arboviroses do Ministério da Saúde.

 

Para rever o evento, que foi transmitido pelo canal do YouTube do CB Debate, clique aqui.

 

Veja mais imagens do debate aqui.

 

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