A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, por meio de sua Gerência de Cuidado a Populações Específicas, esteve na Fiocruz Brasília no dia 1º de setembro para discutir uma parceria em ações de formação, pesquisa e atuação no território. Com foco inicialmente voltado à população em situação de rua, a parceria deverá ser ampliada para ações com outras populações, como quilombolas e rurais. “É preciso compreender a realidade de cada território e suas demandas, para fortalecer a Atenção Primária e combater as iniquidades em saúde”, disse a diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio.
Fabiana lembrou que as fronteiras entre Distrito Federal e Goiás são tênues, o que reforça a importância de ações de integração dos serviços de saúde para a construção de melhores caminhos de atendimento à população. “Nessa visita, tivemos a oportunidade de apresentar o nosso escopo de atuação institucional e a nossa vocação de trabalho com os territórios, o que nos permitiu identificar vários pontos para construirmos essa colaboração com o Estado de Goiás”, destacou a diretora. Foram discutidas, por exemplo, possibilidades de integração entre a Escola de Governo Fiocruz – Brasília e a Escola de Saúde de Goiás.
A colaboração entre a Fiocruz Brasília e a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás já vem sendo tecida há alguns anos, por meio da organização de diversos processos de formação voltados a gestores e trabalhadores da saúde, inclusive com participação da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz), no Rio de Janeiro. Destaca-se também a parceria na qualificação e supervisão de equipes de Consultório na Rua, que atuam na Atenção Primária à Saúde da população em situação de rua. Esse trabalho tem sido desenvolvido com o Núcleo de População em Situação de Rua, Políticas, Serviços e Dispositivos (NUPOP) da Fiocruz Brasília, que também esteve no encontro, assim como representantes das Secretarias Municipais de Saúde de Goiânia e Trindade, onde existem equipes de Consultório na Rua em atuação.
Hoje, existem poucas dessas equipes: são em torno de 170 para todo o país. “As realidades são muito diferentes em cada local e faltam dados sobre essa população. Por isso é tão importante o trabalho de mapear e conhecer suas características para atender melhor às demandas e criar ações intersetoriais”, afirmou Fabiana. “Essa parceria pode se desdobrar em um conjunto de agendas com outras populações específicas, a partir do tema da equidade. A equidade foi o grande norte da nossa reunião”, completou o pesquisador Marcelo Pedra, do NUPOP. Na ocasião, o grupo conheceu, ainda, a Revista Traços, projeto com o qual a Fiocruz Brasília mantém parceria de pesquisa e que atua na promoção de cultura, trabalho e renda junto com a população em situação de rua do DF.