Começou nesta segunda (8/11) a 20ª Jornada Científica do Hospital Universitário de Brasília (HUB/UnB), cujo tema é “Saúde mental na pandemia: da teoria à prática”. Participaram da primeira mesa redonda do evento a diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, e outros dois pesquisadores da unidade, Marcelo Pedra e Débora Noal. Eles falaram sobre estratégias para a formação e o cuidado em saúde mental em emergências sanitárias. A mediação do debate foi feita por Juciléia Souza, psicóloga do HUB.

Juciléia destacou a produção de material educativo e outras ações da Fiocruz Brasília durante a pandemia. “Ações orientadoras para os trabalhadores da saúde na escolha de condutas neste momento”, ressaltou. 

A diretora da Fiocruz Brasília afirmou que o objetivo das ações da unidade e de toda a Fiocruz é o enfrentamento das desigualdades sociais históricas, agravadas pela pandemia. Lembrou ainda que, mesmo após as emergências, elas permanecem em suas consequências, como o desencadeamento de sofrimento psíquico. Para fazer frente a esse desafio, ainda em março de 2020, a Fiocruz começou a organizar a sua resposta, a partir de estruturas institucionais já existentes, incluindo ações com as residências, curso de atualização e elaboração de cartilhas, entre outras. “A intenção era que essas iniciativas chegassem ao maior número possível de trabalhadores e trabalhadoras da saúde, com impacto para toda a sociedade”, afirmou Fabiana Damásio.

Em sua apresentação, Marcelo Pedra comentou duas iniciativas reconhecidas pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e pelo Ministério da Saúde. Uma delas, desenvolvida pela Fiocruz Brasília em parceria com o município de Goiás Velho (GO), incluiu apoio psicológico por telefone para trabalhadores do SUS; formação de equipes de saúde sobre primeiros cuidados psicológicos; e estratégias de comunicação com a sociedade envolvendo rádios comunitárias, associações de moradores e instituições religiosas, entre outras. 

A outra iniciativa consistiu em um plano de ação do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) para atendimento à população em situação de rua no DF. O plano contou com a participação dos programas de residência da Escola de Governo Fiocruz – Brasília (Medicina de Família e Comunidade, Multiprofissional em Atenção Básica e Gestão de Políticas Públicas para a Saúde). Entre as linhas de atuação, destaca-se a atuação dos residentes junto às equipes dos abrigos e também junto às equipes de Consultório na Rua. 

Em situações como uma pandemia, de um terço a metade da população pode vir a sofrer alguma manifestação psicopatológica. Com esta evidência Débora Noal iniciou sua apresentação. “O anúncio da pandemia de Covid-19 trouxe a necessidade de ofertar para quem estava na linha de frente do cuidado algo que pudesse ser rapidamente apropriado e executado dentro das possibilidades das equipes”, disse. “Era necessária uma resposta ancorada na ciência, com foco na prática dos serviços, em tempo real”, acrescentou. 

Essa resposta foi composta por estratégias de disseminação das evidências disponíveis, pesquisa, formação e atendimento online. Foi desenvolvida uma variedade de produtos, como cartilhas, vídeo-aulas e até um podcast, com respostas curtas e práticas para as dúvidas dos trabalhadores. 

A 20ª Jornada Científica do HUB/UnB continua até sexta-feira (12/11). Para participar, acesse https://www.even3.com.br/20jornadacientificadohub/

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