A Fiocruz Brasília, por meio do Programa de Promoção da Saúde, Ambiente e Trabalho (PSAT) participou da 2ª Conferência de Promoção da Saúde, que ocorreu de 8 a 10 de outubro na Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz). Com uma abordagem centrada na integração entre saúde, ambiente e trabalho, o PSAT apresentou projetos que conectam saberes populares e científicos no enfrentamento das desigualdades sociais e de saúde no Brasil. Por meio da educação popular e da vigilância participativa, trouxe como destaque à importância de uma abordagem transdisciplinar e interseccional no fortalecimento da promoção da saúde nos territórios.
A conferência foi organizada pela Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS/Fiocruz) e se estruturou em quatro eixos temáticos — Políticas Públicas Territorializadas e Intersetorialidade; Direitos Humanos, Cultura e Promoção da Saúde; Educação, Tecnologias Digitais e Literacia em Saúde; e Movimentos Sociais e Advocacy.
Um dos trabalhos expostos foi o do pesquisador da Fiocruz Brasília, André Fenner, com o tema “Agentes Populares de Saúde do Campo em Cena rumo aos 40 anos do MST”. O pesquisador abordou o papel dos agentes populares em áreas rurais e sua contribuição na promoção da saúde em comunidades vinculadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Outro projeto exposto foi “O Tempo das Águas”, que destacou a luta das pescadoras artesanais da Ilha de Maré, em Salvador, pela agroecologia e pelo bem viver.
Além dos projetos selecionados para exposição, outros trabalhos do PSAT foram aprovados para os anais da Conferência:
- “Promoção e Vigilância em Saúde, Ambiente e Trabalho: Uma Formação para o Enfrentamento das Iniquidades em Saúde no Período da Pandemia do covid-19” aborda a importância da formação de agentes comunitários como estratégia para mitigar desigualdades de saúde intensificadas pela pandemia;
- “Deslizando na Terapia Externa Antroposófica: Uma Reflexão para a Promoção da Saúde nos Territórios de Cuidado do Distrito Federal” propõe uma análise das práticas terapêuticas alternativas e sua contribuição para a promoção da saúde em contextos territoriais específicos;
- “Promoção de Práticas Agroecológicas, Plantios de Árvores e Atenção à Saúde nas Comunidades – Enfrentando as Crises Ambientais e as Sindemias Globais”, destaca a interseção entre práticas sustentáveis e saúde em comunidades rurais;
- “Territórios Saudáveis e Sustentáveis na Promoção da Saúde: Experiência de Formação-Ação”, explora as experiências de formação prática como ferramenta para fortalecer comunidades frente aos desafios contemporâneos de saúde e meio ambiente;
- “A Elaboração de Guias para Formação em Comunicação Digital com Mulheres do Campo e/ou em Situação de Vulnerabilidade: Um Olhar a Partir do Território na Contação de História”, evidencia a importância da formação digital como uma ferramenta do fortalecimento da autonomia e autodeterminação digital;
- “O Uso das Tecnologias Digitais no Contexto da Pandemia do covid-19: Uma Experiência do Curso de Formação-Ação em Saúde Integral para as Mulheres”, reflete igualmente sobre o papel das tecnologias digitais na capacitação e saúde integral durante a pandemia;
- “Direitos Humanos, Participação Social e Promoção da Saúde das Mulheres: Uma Formação-Ação”, destaca a importância de garantir os direitos das mulheres e promover a saúde por meio de processos de formação integrados com a ação social.
A participação do PSAT na 2ª Conferência de Promoção da Saúde reafirma seu compromisso com a interseção entre saúde, ambiente e justiça social, trazendo à luz projetos em diálogo com as demandas territoriais. Ao integrar saberes populares e científicos, o programa demonstra a importância de abordagens transdisciplinares para a promoção da saúde, que vão desde a formação de agentes comunitários até o uso de tecnologias digitais, o PSAT reforça seu papel na construção de soluções sustentáveis e inclusivas para enfrentar as iniquidades em saúde no Brasil.
A Fiocruz Brasília também apresentou outros trabalhos da unidade nos anais da Conferência:
- “Habilidades e práticas no cultivo de plantas medicinais baseados em teorias, crenças e experiências no Terreiro de Mãe Sueli em Planaltina/DF” – apresentado por Denise Oliveira e Silva, vice-diretora da Fiocruz Brasília e coordenadora do Programa de Alimentação, Nutrição e Cultura (Palin);
- “Pesquisa-ação do perfil de agricultores familiares de plantas medicinais associados à Contag para um diagnóstico participativo em territórios” – projeto coordenado por Socorro de Souza, pesquisadora da Fiocruz Brasília e apresentado por Wagner Martins, coordenador do Colaboratório de Ciência, Tecnologia, Inovação e Sociedade (CTIS) da Fiocruz Brasília;
- “Programa de Pesquisa Translacional em Promoção da Saúde (Fio-PromoS)” – apresentado por Wagner Martins, coordenador do CTIS/Fiocruz Brasília;
- “Inteligência de futuro: prospectiva para a Agenda 2030 e seus ODS, promovendo o diálogo para potencializar a ação” – apresentado por Gabriel Maia Veloso, pesquisador do CTIS/Fiocruz Brasília;
- “Oficina diálogos prospectivos Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres (CNDM) em parceria com a Fiocruz Brasília” – apresentado por Alba Mendes, integrante do CTIS/Fiocruz Brasília.
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Agentes Populares de Saúde do Campo: Celebrando 40 Anos do MST e a Integração da Agroecologia na Promoção da Saúde
*Com informações de Gabriel Maia (PSAT/Fiocruz Brasília)