Luana Gomes – com edição da Ascom da Fiocruz Brasília 

A Fiocruz Brasília esteve presente na 6ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CNSAN), de 11 a 14 de dezembro, na capital federal.  Erradicar a fome e garantir direitos com comida de verdade, democracia e equidade foi o tema do evento que firma o retorno do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), extinto na gestão federal anterior e reinstalado este ano.

A vice-diretora e coordenadora do Programa de Alimentação Nutrição e Cultura da Fiocruz Brasília, Denise Oliveira, participou do Diálogo Integrador no segundo dia de atividades,  problematizando os eixos da Conferência para inspirar os trabalhos em grupo que fazem parte da programação, a saber:  “Determinantes estruturais e macrodesafios para a soberania e segurança alimentar e nutricional”, “Sistema nacional de segurança alimentar e nutricional e políticas públicas garantidoras do direito humano à alimentação adequada” e “Democracia e participação social”.

 A pesquisadora destacou o impacto da Lei Áurea na consolidação de uma cultura de racismos e higienismo na sociedade brasileira travestidos de democracia racial. Denise citou o médico, pesquisador e professor brasileiro, Josué de Castro, que apresentou a fome como problema político; e declarou que o modelo civilizatório em que vivemos, de desenvolvimento industrial, reforça a importância da participação dos movimentos sociais na luta contra a perpetuação de exclusões e violências raciais.Segundo ela,  os debates dentro da Fiocruz evidenciam o fracasso do modelo civilizatório promotor de desigualdades, racismo e degradação planetária e humana.  

“A necropolítica trouxe uma banalização da própria exclusão em que  racismo, guerras e mortes, seja por questões climáticas ou não, se inserem em nossa pauta cotidiana. Essa conferência nos a ideia de que os caminhos existem. O Brasil vai coordenar o G20 e temos acompanhado isso pela Fiocruz.  Acreditamos que a Democracia, Liberdade, Emancipação e Participação Social são os únicos caminhos para superar o que se enfrenta hoje no mundo, e isso deve ecoar em nível nacional e internacional,” finalizou.

Uma feira de sociobiodiversidade fez parte da programação da 6ª CNSAN para  valorização da diversidade produtiva de alimentos saudáveis de base agroecológica,  intercâmbio de saberes e experiências,  estímulo à troca de sementes tradicionais, e aproximação entre consumidores e produtores em torno dos produtos da socio biodiversidade. Os  30 estandes divulgaram e comercializaram produtos de várias comunidades e organizações da Amazônia, do Cerrado, da Mata Atlântica, Caatinga, Pantanal, Pampa e zona costeira do Brasil.