Fiocruz Brasília promove dois cursos na área de comunicação em saúde

Mariella de Oliveira-Costa 20 de janeiro de 2020


Mariella de Oliveira-Costa

 

Especialização terá inscrições em março. Atualização é focada em necessidades específicas de área do Ministério da Saúde

 Comunicação em saúde: fundamentos, práticas, agendas e desafios. Este foi o tema da conferência internacional ministrada pela pesquisadora da Universidade de Columbia, Renata Schiavo, na Fiocruz Brasília, em 17 de janeiro.

A atividade marcou o lançamento da nova especialização da Escola Fiocruz de Governo, na área de Comunicação em Saúde, que vai disponibilizar 30 vagas para profissionais da comunicação, da saúde ou outras áreas, interessados no tema. As inscrições serão realizadas de 9 a 11 de março. Clique aqui para acessar a chamada pública para seleção dos estudantes.

Durante a abertura do evento, o coordenador da Assessoria de Comunicação da Fiocruz Brasília, Wagner Vasconcelos, falou do simbolismo de se trazer a pesquisadora internacional para o lançamento da especialização. Segundo ele, marca que as ações de uma assessoria de comunicação podem ir além do aspecto organizacional, avançando para o ensino e para a pesquisa. Ele ressaltou ainda que há uma demanda de formação nesta área no DF e no próprio SUS, que necessita de uma comunicação estratégica.

A vice-diretora da Fiocruz Brasília, Denise Oliveira e Silva, acredita que este curso é uma contribuição importante para a saúde pública brasileira, pois boa parte de suas mazelas tem relação com a falta de comunicação.

Durante a palestra, Schiavo falou sobre a importância de se ouvir as pessoas e comunidades, para envolvê-las no processo de comunicação, na elaboração, e na avaliação das ações, e não apenas dizer o que elas devem ou não devem fazer para garantir a sua saúde. A pesquisadora apresentou que a comunicação é a chave para se construir uma cultura de saúde e avançar na equidade em saúde. Segundo ela, outro ponto fundamental é criar expectativas reais, pois nenhum processo ou intervenção de comunicação é automático. “Toda a comunicação que um governo faz para as pessoas deve ter palavras simples, e se basear na capacidade de cognição de uma criança de 10 a 12 anos. Se você produzir um conteúdo e este público não entender, será difícil que o público em geral compreenda também”, disse.

A proposta desta nova especialização é possibilitar o aperfeiçoamento das atividades profissionais, a partir das práticas, políticas, métodos, técnicas e instrumentos de comunicação em saúde. Para isso, será realizada de abril de 2020 a julho de 2021, com aulas às sextas-feiras e sábados pela manhã, na Escola Fiocruz de Governo, em Brasília, possibilitando a participação de quem está no mercado de trabalho e poderá, inclusive, realizar intervenções no seu ambiente cotidiano, a partir do conhecimento apresentado ao longo do curso.

A estrutura curricular aborda os conceitos de práticas de saúde, da comunicação em saúde, a saúde nas mídias, metodologia de pesquisa, o trabalho de conclusão de curso e também um módulo específico para formação dos alunos nas áreas de atuação da Fiocruz Brasília. Cada módulo conta com professores coordenadores de diferentes instituições além da própria Fiocruz, como a Universidade de Brasília, o Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde. Um dos módulos, de divulgação científica, será realizado online.

Clique aqui para acessar a chamada pública da Especialização.

 

Atualização em Comunicação em Saúde: reflexões e práticas para o SUS

À tarde, Schiavo ministrou quatro horas de aula para a primeira turma do curso de atualização em Comunicação em Saúde: reflexões e práticas para o SUS. Esta outra iniciativa da Fiocruz Brasília é específica para um grupo de profissionais do Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias e Inovações em Saúde (DGITIS), que é parceiro da Assessoria de Comunicação e solicitou um curso específico, focado nas necessidades de comunicação do departamento. De acordo com a coordenadora geral do DGITS, Corah Prado, o investimento nesta formação é fundamental para que se trabalhe com mais eficiência, produzindo ciência e influenciando o que vai chegar às pessoas sobre a incorporação ou não de determinada tecnologia no SUS.

A turma é composta por 16 profissionais com formações variadas e que trabalham diretamente na tradução do conhecimento científico para a sociedade. As aulas vão ser realizadas às sextas-feiras e sábados, de 9h às 17h e trabalham temas como o planejamento de comunicação, a divulgação científica, entre outros. Ao final, os alunos vão apresentar seus trabalhos de conclusão em vídeo, pôster, relatório e oralmente, para uma banca avaliadora.

Clique aqui para ver as fotos da atividade, produzidas por Sérgio Velho Jr.