Heloisa Caixeta (CTIS/Fiocruz Brasília)
A Fiocruz Brasília, por meio do Colaboratório de Ciência, Tecnologia, Inovação e Sociedade (CTIS) inicia plano de apoio para trabalho emergencial no Rio Grande do Sul (RS). Em parceria com a Rede Saúde Única do Rio Grande do Sul e a Embrapa, foi criado o Colaboratório Embrapa/Fiocruz para enfrentar a crise provocada pela inundação no estado, com a abordagem de Uma Só Saúde (One Health).
Entre as ações que serão realizadas está o uso da Sala de Educação e Cooperação Social (Secs), que fica na Fiocruz Brasília, para atuação como sala de situação para o monitoramento de informações relevantes e desenvolvimento de painéis para atuação no território.
Joyce Schramm, secretária-executiva da Rede Saúde Única do RS e uma das coordenadoras do Colaboratório Embrapa/Fiocruz, avalia que o trabalho será importante para atender demandas que contribuirão para a reconstrução do estado. “Nós ainda estamos vivendo um momento de emergência no estado do Rio Grande do Sul. Na próxima fase, há necessidade de estreitar parcerias de forma a propor soluções inovadoras baseadas em economia solidária. Agora temos menos voluntários, os abrigos continuam cheios, e todo o processo de reconstrução por vir. Penso ser importante respeitar as demandas que surgem a cada dia para que possamos participar de forma mais efetiva das demandas que não puderam ser atendidas pelo estado. Vale apontar que quase todas as demandas foram organizadas pelo estado tendo as universidades que atuam em todas as frentes de forma potente”, avalia.
A parceria entre Fiocruz Brasília, por meio do Colaboratório CTIS, Rede Saúde Única e Embrapa irá produzir um diagnóstico do ponto de vista da Saúde Única no RS, que trabalha saúde humana, animal, ambiental e vegetal com a visão territorial, possibilitando a atuação e construção de propostas integradas.
“Procurei o Colaboratório CTIS no sentido de complementar as ações que a Rede vem implementando, até porque tem muitas outras ações que ainda não estão mapeadas. A Rede tem recebido demandas pontuais. Tem uma instituição que pede uma determinada coisa, tem uma instituição que pede outra. Mas para a reconstrução do Rio Grande do Sul, a Rede sozinha, ou Colaboratório, têm um certo limite de atuação. Então, construindo essa parceria com a Embrapa, os processos de análise e possíveis soluções serão potencializados”, conta Schramm.
A ideia da parceria entre as instituições é criar uma forma de trabalho onde as potencialidades possam ser exploradas as aproveitadas. “A proposta é levar para os territórios uma outra visão, outra forma de construção, mais solidária, nesses espaços mais limitados. Acho que não dá para pensar as mesmas formas, os mesmos modelos com os quais trabalhamos até então. É um momento de reconstrução. Precisa ser inovador e ter participação ampliada por populações vulnerabilizadas e profundamente atingidas na tragédia”, pondera.
Joyce lembra que o trabalho de mapeamento e diagnóstico da perda real ainda não foi finalizado, nem sobre o real impacto econômico no estado. “Só nós, da Fiocruz, trabalhando isoladamente, não iremos conseguir ter uma visão abrangente que outros parceiros, outras análises podem aportar. O Colaboratório Fiocruz/Embrapa representa a possibilidade de ampliar bastante o diálogo com as instituições gaúchas”, analisa.