Em comemoração aos 48 anos de história e dedicação à saúde pública na capital federal, e como parte das celebrações de seu aniversário, a Fiocruz Brasília irá implementar um Horto Agroflorestal Biodinâmico (Hamb). Fruto da parceria com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), esses hortos são espaços sustentáveis que visam à saúde e à aproximação com a comunidade local. Iniciada em 2018, a iniciativa adota os preceitos da agricultura biodinâmica e da antroposofia – método de conhecimento da natureza, do ser humano e do universo, que amplia a visão do método científico convencional – e faz parte da Rede de Hortos Agroflorestais Medicinais Biodinâmicos (Rhamb).
O trabalho realizado nos hortos envolve a recuperação de áreas ambientais degradadas por meio do cultivo de alimentos e plantas medicinais, assegurando a promoção ampla e integral da saúde. Atualmente, a rede conta com seis hortos medicinais: Unidade Básica de Saúde – UBS 1 da Asa Sul, UBS 1 do Itapoã, UBS 1 do Lago Norte, Casa de Parto em São Sebastião, Farmácia Viva do Riacho Fundo e o Centro de Referência em Práticas Integrativas (Cerpis), em Planaltina.
Em quatro desses hortos, é feita a entrega de plantas frescas mediante prescrição médica. Na Farmácia Viva do Riacho Fundo, são produzidos medicamentos fitoterápicos, que são distribuídos para 25 UBSs e para o Cerpis de Planaltina, que os repassam dentro da Região de Saúde Norte.
Até dezembro, serão inaugurados mais nove espaços: UBSs 3 e 10 de Santa Maria; UBS 6 de Samambaia; UBS 8 de Ceilândia; UBS 1 de Brazlândia; Escola Classe Beija-Flor, na 316 Norte; Subsecretaria de Vigilância à Saúde, na 712 Sul; Diretoria de Vigilância Ambiental, no Noroeste; e Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Candango, no Setor Comercial Sul.
Para a pesquisadora e coordenadora da Rhamb na Fiocruz Brasília, Ximena Moreno, os hortos agroflorestais biodinâmicos também se configuram como uma estratégia de adaptação, ensinando as comunidades a enfrentarem as mudanças climáticas extremas que observamos no cotidiano. “A concepção da ‘esperança ativa’ propõe que devemos agir para promover mudanças, mantendo a esperança de que, como comunidade, conseguiremos enfrentar esses desafios”, destaca.
O gerente de Práticas Integrativas em Saúde (Gerpis) da SES-DF, Marcos Trajano, explica que os hortos proporcionam uma interação profunda entre os indivíduos e o meio ambiente, gerando benefícios para a saúde física e mental dos pacientes. “Precisamos de mais espaços onde as pessoas possam desenvolver soluções de autonomia e participação, reconhecendo e nutrindo um vínculo saudável com a UBS. Isso é essencial para fortalecer os ideais do Sistema Único de Saúde (SUS)”, aponta.
Implantação do Hamb na Fiocruz Brasília
Nos dias 29 e 30 de outubro, das 8h30 às 17h, será realizada uma oficina de capacitação para interessados em integrar o grupo de cuidado do Horto Agroflorestal Medicinal e Biodinâmico (Hamb) da Fiocruz Brasília. A capacitação ocorrerá na área externa da sede da Fiocruz Brasília e é voltada para trabalhadores e estudantes da instituição e da Universidade de Brasília (UnB). Os encontros têm como objetivo apresentar técnicas e implementar soluções baseadas na natureza, contribuindo para o fortalecimento do ensino da saúde única em tempos de urgência climática.
O Hamb oferece uma série de oportunidades valiosas: além de funcionar como uma sala de aula ao ar livre, promove a produção de plantas medicinais e alimentícias, incentiva a autonomia no cuidado à saúde e fomenta a inclusão social. Segundo Fabiana Damásio, diretora da Fiocruz Brasília, a implantação deste horto na unidade não só enriquecerá a formação de estudantes e trabalhadores, como também fortalecerá os laços entre as instituições parceiras, consolidando o compromisso com um futuro mais sustentável e socialmente responsável.
*Com informações da Secretaria de Saúde
Fotos: Fernanda Fernandes/ MDS e Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF
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