InfoGripe: casos graves por Covid-19

Fiocruz Brasília 3 de outubro de 2024


Regina Castro (Agência Fiocruz de Notícias)


Divulgado nesta quinta-feira (3/10), o novo Boletim InfoGripe da Fiocruz chama a atenção para o aumento do número de casos graves por Covid-19 em Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal. No entanto, há sinal de interrupção do crescimento ou início de queda das ocorrências de SRAG por Covid-19 em Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. Em Goiás também é possível observar uma desaceleração da alta de casos. A atualização destaca também uma maior incidência de casos graves por Covid-19 entre crianças de até 2 anos. O estudo é referente à Semana Epidemiológica (SE) 39, período de 22 a 28 de setembro. Tem como base os dados inseridos no Sivep-Gripe até 28 de setembro.

 

Diante desse quadro, a pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do Boletim InfoGripe Tatiana Portella ressalta a importância da vacinação nessa faixa etária. “Temos observado uma baixa adesão da vacinação contra a Covid-19 nas crianças pequenas. Então, é muito importante que os pais levem seus filhos aos postos de saúde para se vacinarem contra a doença”, orienta Portella.

 

A pesquisadora informa que o estudo constatou ainda aumento dos casos de SRAG entre os idosos em alguns estados do Nordeste, do Norte e também do Sul. Porém, os dados laboratoriais ainda não permitem que se faça uma associação sobre o vírus responsável por esse crescimento. “Mas levando em consideração o cenário epidemiológico do país e a faixa etária mais afetada, que são os idosos, muito provavelmente a Covid-19 seja o responsável por esse aumento do número de casos nesses estados”, afirmou. 

 

No agregado nacional, a análise aponta sinal de queda de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de estabilização ou oscilação na tendência de curto prazo (últimas três semanas). Segundo o InfoGripe, sete  unidades da Federação apresentam sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo – Ceará, Goiás, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Santa Catarina e Tocantins. Os casos de SRAG por rinovírus mantêm indícios de interrupção do crescimento ou queda em grande parte do país, embora ainda apresentem aumento em alguns estados do Nordeste e Sul.

 

 Capitais

Entre as capitais, 11 apresentam crescimento nos casos de SRAG: Belém (PA), Boa Vista (RR), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Macapá (AP), Maceió (AL), Porto Alegre (RS) e Recife (PE). 

 

Prevalência e óbitos

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 14.2% para influenza A, 6.2% para influenza B, 6.4% para vírus sincicial respiratório, 30.5% para rinovírus e 32.3% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Em relação aos óbitos, a prevalência entre os casos positivos foi de 20.4% para influenza A, 4.8% para influenza B, 1.1% para vírus sincicial respiratório, 5.6 % para rinovírus e 63.3% para Sars-CoV-2.

 

Ano epidemiológico 2024

No ano epidemiológico 2024, já foram notificados 138.185 casos de SRAG, sendo 66.037 (47.8%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório 56.779 (41.1%) negativos e ao menos 7.938 (5.7%) aguardando resultado laboratorial. Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado. 

 

Dentre os casos positivos do ano corrente, 18.2% são de influenza A, 1.0% de influenza B, 38.6% de vírus sincicial respiratório, 24.6% de rinovírus e 18.8% de Sars-CoV-2 (Covid-19).  Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 14.2% de influenza A, 6.2% de influenza B, 6.4% de vírus sincicial respiratório, 30.5% de rinovírus e 32.3% de Sars-CoV-2 (Covid-19).

 

Foto destaque: Tomaz Silva/Agência Brasil