Jovens ciganos criam campanhas para enfrentar preconceitos e promover saúde 

Fernanda Marques 20 de março de 2023


Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso (AEEC-MT), Cuiabá/MT 

 

O curso on-line “Juventude Cigana: da invisibilidade à comunicação popular em saúde”, promovido pela AEEC-MT, em parceria com o Departamento de História da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), teve início no dia 28/02/2023, com as boas-vindas aos participantes, apresentação da equipe e explicação da dinâmica. Ao todo, foram seis sessões, com os temas: A informação e a comunicação no campo da saúde; Definindo e identificando racismo e anticiganismo: discursos de ódio e violências simbólicas; O que é desinformação e fake news? Como identificar?; Fact-checking: fontes, canais e técnicas de verificação de informação; Uso seguro das redes: midiatização e juventude; e Produção de conteúdo para redes sociais: desafios para a autorrepresentação. Ao final, no dia 23/03/2023, os participantes, divididos em grupos, apresentaram um trabalho final, que consistia na elaboração de uma campanha para mídias sociais sobre combate ao anticiganismo e promoção da saúde. Os conteúdos produzidos pelos estudantes foram veiculados na semana do Dia Internacional dos Povos Ciganos, celebrado em 08/04. Confira os conteúdos compartilhados no Instagram da AEEC-MT 

 

Para a divulgação das campanhas, a AEEC-MT conta com as parcerias dos coletivos Orgulho Romani e Ciganagens, e do Projeto Mapas da Vida, da Universidade Federal de Rondonópolis. Foi também com esses parceiros que a Associação divulgou amplamente as inscrições para o curso, que teve mais de 60 candidatos. O projeto teve também grande repercussão na imprensa, com notícias publicadas na Agência Brasi e Isto É, entre outros veículos nacionais e regionais. 

 

A partir dessa divulgação, o curso recebeu inscrições de jovens ciganos e ciganas de 15 estados diferentes, das cinco regiões do país, incluindo as duas principais etnias presentes no Brasil, os Kalon e os Rom, o que mostra a diversidade regional, étnica e de gênero alcançada pelo projeto. Essa diversidade se fez presente também na seleção dos oficineiros responsáveis por ministrar as aulas do curso, que reuniu nomes como Aluízio Azevedo, Aline Miklos, Roy Rogeres, Elisama Ximenes, Gabriela Marques e Danilo Kalon.  

 

Esses oficineiros, coletivamente, fizeram a criteriosa seleção dos estudantes, bem como construíram a ementa e o programa do curso, que resultará também na elaboração de um guia para formação da juventude cigana com técnicas e métodos sobre o uso das ferramentas digitais e combate às fake news no campo da saúde. Além das campanhas, destaca-se a formação de jovens ciganos de todas as regiões do Brasil em leitura crítica das mídias para atuação junto às suas comunidades, como multiplicadores, no combate à desinformação e fake news no campo da saúde. A expectativa, inclusive, é que se estabeleça uma rede de juventude cigana. 

 

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