Leishmaniose: encontro em Brasília define estratégias de ação

Fiocruz Brasília 4 de dezembro de 2017


A criação de uma “coleção digital”, iniciando com Banco de dados integrado de genomas de Leishmanioses, o levantamento do DNA das leishmanioses em bancos públicos e o reposicionamento de fármacos foram algumas das estratégias traçadas pelos pesquisadores que participaram do Workshop Contribuições da Bioinformática para Leishmaniose, promovido e realizado pela Fiocruz Brasília na última quinta-feira, 30 de novembro.

O pesquisador Ricardo Godói, diretor da Fiocruz Rondônia, disse que o encontro superou as expectativas, pois permitiu visualizar trabalhos importantes na área de bioinformática na Fiocruz e em outras instituições. Do encontro resultaram estratégias para que a bioinformática possa ter uma contribuição mais integrada à agenda de pesquisa para saúde pública no enfrentamento das leishmanioses tegumentar e visceral. Foram definidos três eixos: tratamento, epidemiologia vinculada ao diagnóstico e infraestrutura e serviço de suporte às ações. 

No eixo tratamento, foram identificadas estratégias como o reposicionamento de fármacos, que consiste em simulações para observar a interação deste com a molécula alvo; novos alvos terapêuticos; diagnóstico situacional sobre potenciais grupos contribuindo para predições nas grandes áreas; diagnóstico situacional sobre potenciais plataformas de validação experimental das predições computacionais (diagnóstico e tratamento) e Imuno informática (imuno genômica e imuno proteômica).

No campo da epidemiologia/diagnóstico definiu-se pelo levantamento de sequências brutas em bancos de dados públicos, ou seja, o levantamento do DNA das leishmanioses em bancos públicos. Além de fazer estimativas de custo para gerar sequências NGS no Brasil (sequenciamento derivados do genoma); identificação de cepas para análise da variabilidade genética e identificação das que são mais interessantes para aprofundar os estudos. 

A criação de uma “coleção digital”, iniciando com banco de dados integrado de genomas de Leishmanioses; estabelecer curadoria dos DBs (modelos / Coleções); oferecer um “entrez” com serviços para usuário leve e desenvolvedores em bioinformática foram algumas das estratégias desenhadas no eixo infraestrutura.

No decorrer do Workshop, foram apresentados estudos sobre leishmaniose pelos pesquisadores Osvaldo Pompilio de Melo Neto e Antonio Mauro Rezende da Fiocruz Pernambuco, Daniella Bartholomeu e Miguel Fumagalli da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Ana Carolina Guimarães, Rodrigo Jardim e Patrícia Cuervo do Instituto Oswaldo Cruz daFiocruz, Jeronimo Ruiz  da Fiocruz Minas, Artur Trancoso  do CIDACS/Fiocruz Bahia e David Pires  do Instituto Butantan.

O coordenador de Gestão e Integração Estratégica da Fiocruz Brasília, Wagner Martins, destacou, na abertura do evento, o histórico do processo de construção da rede de leishmaniose, além de resultados, como a realização do curso de Ação Colaborativa em 2016.  Também ressaltou a realização de um encontro da Rede de Leishmaniose, previsto para 2018.