A Fiocruz é uma das instituições brasileiras comprometidas com a popularização do conhecimento científico. Na Fiocruz Brasília, este compromisso se materializou na segunda edição de um evento organizado ao longo de muitos meses para aliar teorias e práticas, e aproximar da sociedade o conhecimento produzido nas instituições científicas. A 2ª Semana de Divulgação Científica reuniu, durante três dias, de 13 a 15 de agosto, estudiosos e curiosos em uma programação com mesas de debate, cinema, visita a um dos museus de ciências do DF e muitas trocas entre os participantes e autores de trabalhos selecionados para apresentar suas experiências de como populariza a ciência na prática.
“Divulgação Científica e Políticas Públicas no Brasil” foi o tema da conferência de abertura, na qual a diretora de Popularização da Ciência, Tecnologia e Educação Científica da Secretaria de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Juana Nunes, apresentou um histórico do trabalho de popularização conduzido pela pasta. Ela lembrou que o investimento do governo federal em ações de popularização da ciência é anterior à criação da atual Secretaria, que começou em 2004, como Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social. Segundo ela, as atividades foram descontinuadas na gestão anterior e retomadas no ano passado. “Somos um campo dentro da ciência e tecnologia que precisa ganhar importância estratégica. Apesar do pouco recurso que o país investe, fazemos mais que muitos outros países. Porém, o investimento não pode ser só do governo federal, pois as instituições devem ter recurso próprio para isso”, ressaltou.
A gestora comentou ainda sobre a necessidade de, cada vez mais, aproximar a ciência das pessoas, pois o povo brasileiro só apoiará a ciência se entendê-la e conhecê-la. E antecipou uma boa notícia: com apoio do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), a pasta está desenvolvendo uma plataforma online de georreferenciamento das iniciativas de popularização da ciência pelo Brasil, ampliando as conexões entre divulgadores de ciência, estudantes, professores, pesquisadores e sociedade. Outra novidade está no Projeto Mais Ciência na Escola, que vai financiar atividades de popularização da ciência nas escolas de todo o país. “A divulgação científica é um trabalho de cidadania: pensar a ciência como direito, educação ao longo da vida, e cumprir o desafio de fazê-la chegar também fora do ambiente educacional”, disse.
Evento articulado com a greve
Parte da programação da 2ª Semana de Divulgação Científica foi cancelada devido à paralisação das atividades da Fiocruz em resposta à proposta do Ministério de Gestão e Inovação, rejeitada pelos trabalhadores e aquém do solicitado pelos profissionais. A coordenadora da Semana, Fernanda Marques, ressaltou na abertura da atividade que o evento não se realiza apesar da greve, mas em articulação com a greve. “Se não há valorização dos profissionais das instituições de ciência e tecnologia e da carreira científica no país, não há divulgação científica”, disse a jornalista, que conduz uma disciplina de Introdução à Divulgação Científica no Mestrado Profissional em Políticas Públicas em Saúde, da Escola de Governo Fiocruz – Brasília.
A partir de seu trabalho na Comissão de Divulgação Científica da instituição, Marques também reforçou a necessidade de fortalecer a divulgação científica dentro e fora da Fiocruz Brasília, e que ninguém faz nada sozinho. “Precisamos de redes, conexões e parcerias, e nosso evento também busca fazer convergir os diferentes caminhos que trouxeram cada um aqui”, afirmou. Concorda com ela a coordenadora de Divulgação Científica da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz), Cristina Araripe, que resgatou o histórico de divulgação científica na Fiocruz, e afirmou que não há futuro de um país sem que a população entenda o papel da ciência.
Durante a abertura do evento, houve espaço para que a coordenadora geral da Regional DF da Asfoc – Sindicato Nacional, Socorro Souza, explicasse por que a proposta do governo para os trabalhadores da Fiocruz foi rejeitada, pois o governo trouxe apenas uma reestruturação da carreira, sem negociação, sem olhar as perdas salariais que os profissionais tiveram nos últimos anos. Ela ressaltou que não é possível que os servidores públicos paguem o preço das altas taxas de juros praticadas atualmente no Brasil. O secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Inácio Arruda, reconheceu o papel histórico da Fiocruz e aproveitou a ocasião para comentar que, desde menino, conhece a Fiocruz e admira o trabalho da instituição, que, na visão dele, sempre trabalhou e deu espaço para a popularização da ciência.
A diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, deu as boas-vindas aos participantes ressaltando que “a palavra de ordem é diálogo. Diálogo com a sociedade é um compromisso da Fiocruz em todas as suas agendas, seja a partir de feiras, olimpíadas, fóruns e presença nas escolas”. A 2ª Semana de Divulgação Científica foi organizada pela Assessoria de Comunicação da Fiocruz Brasília. Acompanhe a cobertura dos três dias de evento no destaque disponível no @fiocruzbrasilia.
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