“Imagine”. Foi assim que a jornalista, professora e pesquisadora da Fiocruz Brasília, Mariella de Oliveira-Costa, iniciou sua conversa com adolescentes, professoras e educadoras do programa SESI Lab Delas, que visitaram a unidade da Fiocruz no Distrito Federal, na tarde da última sexta-feira (6/9). Mariella convidou as participantes a imaginarem uma menina de família humilde, no interior de Minas Gerais, que tinha um sonho – aparentemente difícil de alcançar – de andar de avião. A menina acreditava que só conseguiria realizar esse desejo tornando-se aeromoça. Ela não virou aeromoça, mas já conheceu 18 países do mundo, em grande medida, graças aos valores ensinados pelos pais, à dedicação aos estudos e ao seu trabalho como… cientista! A menina da história era a própria Mariella, que compartilhou com as visitantes um pouco da sua trajetória pessoal e profissional.
Assim como Mariella, outras mulheres cientistas da Fiocruz Brasília conversaram e incentivaram as adolescentes com suas histórias inspiradoras. Sandra Alves, do Programa de Direito Sanitário (Prodisa); Mayara Cristina, do Núcleo de Populações em Situações de Vulnerabilidade e Saúde Mental na Atenção Básica (Nupop); e Andrelisse Arruda, do Projeto Manejo do Risco de Câncer Cervical (Marco); apresentaram de uma forma leve, descontraída e, ao mesmo tempo, emocionante seus desafios e suas conquistas como mulheres na ciência.
Antes do bate-papo, as visitantes já tinham jogado o Bingo da Ciência – atividade lúdica que estimula reflexões sobre o que é ciência e a importância da diversidade na produção de conhecimentos. Já tinham, também, participado de uma palestra sobre o HPV e conhecido as instalações do Laboratório Marco, localizado no Hospital Universitário de Brasília (HUB/UnB), que realiza pesquisas sobre rastreio, prevenção, diagnóstico e tratamento de infecções causadas por esse vírus sexualmente transmissível, causador do câncer do colo do útero. Com o foco no cuidado com a saúde da mulher e conduzido por uma equipe majoritariamente feminina, o Projeto Marco tem como objetivo eliminar as mortes por essa doença, que é totalmente prevenível, mas que ainda atinge muitas pessoas no Brasil, sobretudo entre as populações mais socialmente vulnerabilizadas.
O SESI Lab é um espaço interativo de arte, ciência e tecnologia inaugurado em novembro de 2022 em Brasília, bem próximo à Rodoviária do Plano Piloto. Iniciado em junho de 2024, o programa SESI Lab Delas busca promover o protagonismo de meninas e mulheres em diferentes áreas das ciências, estimulando interesses e apresentando oportunidades que pavimentem caminhos para combater as desigualdades de gênero. Junto com um time de educadoras do SESI Lab, participam do programa cinco professores e 25 adolescentes que estão entre o 9º ano do ensino fundamental e o 3º ano do ensino médio do Centro de Ensino Médio de Taguatinga Norte (CEMTN), Centro de Ensino Fundamental 26 de Ceilândia, Centro de Ensino Médio 02 do Gama, SESI Taguatinga e SESI Gama. Por meio de encontros semanais, o grupo realiza formações e oficinas, com vistas a desenvolver projetos de impacto em suas regiões.
E, quando o assunto é o protagonismo das mulheres na ciência, a Fiocruz Brasília se destaca: diferentemente do que se observa em outros lugares, as mulheres não só são maioria nesta instituição, como, em média, têm salários mais altos por possuírem maior escolaridade e/ou estarem em cargo de chefia. Atualmente, a Fiocruz Brasília conta com uma diretora, Fabiana Damásio, uma vice-diretora, Denise Oliveira, e uma diretora executiva em sua Escola de Governo, Luciana Sepúlveda, além de mulheres à frente de outros setores, como Juliana Souza, coordenadora de Gestão, e Katia Zeredo, coordenadora do Serviço de Gestão do Trabalho. Denise, Juliana e Katia, como representantes do coletivo de mulheres da Fiocruz Brasília, recepcionaram as visitantes do SESI Lab Delas. A atividade marca o fortalecimento da parceria entre o programa do SESI Lab e o programa Mais Meninas na Fiocruz Brasília.
LEIA TAMBÉM