Glauber Tiburtino (Revista Radis)
Em 2004, quando concluiu a graduação em enfermagem na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Renata Barros já sabia que a área hospitalar não era a que mais vibrava em seu coração. Ela queria interagir, tocar a vida das pessoas, se envolver de forma integral com a saúde da população que iria assistir. “Porque eu gosto da interação, de poder conversar, estar perto das pessoas”. Sabia também que dessa forma iria na contramão da maior parte de seus colegas: “A maioria disputava uma vaga em CTI [Centro de Terapia Intensiva]. Até hoje é um lugar que gosto de passar longe”, conta.
Àquela altura, o campo da saúde da família e comunidade estava praticamente “engatinhando no Brasil”, como ela diz. O então Programa Saúde da Família (PSF) — atualmente, Estratégia — havia completado uma década. “Naquela época ainda tinha poucas oportunidades, mas as que tinham eram minhas, porque eu era a ‘colega do postinho’ [como era chamada pelos demais alunos]”, relembra. Hoje, Renata preside a Associação Brasileira de Enfermagem de Família e Comunidade (Abefaco), entidade criada em 2015, que tem o objetivo de incentivar o desenvolvimento da especialidade, por meio da promoção de cursos e congressos e participação em políticas de saúde, por exemplo.
Anos depois e a cerca de 1.500 quilômetros de Porto Alegre, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Daiane Barbosa também se formava enfermeira e tinha a mesma convicção da colega gaúcha. “Desde os 14 anos eu sabia exatamente o que queria fazer”. Ambas, portanto, queriam trabalhar com pessoas, envolvendo-se na vida dos pacientes para além do ambiente hospitalar.
Enquanto Renata, ao sair da universidade, pegou um campo em franca ascensão, com uma política recém-criada e ainda em consolidação, Daiane, formada 12 anos depois, trilhou uma estrada pavimentada pela Estratégia Saúde da Família (ESF), mas nem por isso sem percalços.
Renata e Daiane são duas dentre as mais de 50 mil profissionais de enfermagem de família e comunidade que atuam hoje no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. Radis conversou com elas sobre suas vivências na saúde da família, rotinas de trabalho, desafios, perspectivas e entraves da especialidade.
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