A Escola de Governo Fiocruz-Brasília, por meio do Colaboratório de Ciência, Tecnologia, Inovação e Sociedade (CTIS), promoveu, na última quarta-feira (19/3), a aula inaugural da segunda turma do Curso de Especialização em Transformação Digital na Saúde. O evento online contou com a presença dos 60 discentes selecionados entre os mais de 900 inscritos no processo seletivo para a turma de 2025.

Para o coordenador do CTIS da Fiocruz Brasília e da especialização, Wagner Martins, a proposta do curso é despertar, nos profissionais inscritos, o interesse crescente pela transformação digital na saúde, além de mostrar os caminhos para que todos possam explorar essa nova vertente da saúde pública.

A vice-diretora da Fiocruz Brasília, Denise Oliveira e Silva, destacou, em sua fala, a importância de investir em novas abordagens e caminhos para a estrutura acadêmica brasileira, assim como no avanço da tecnologia no Sistema Único de Saúde (SUS). “Esse curso vem ocupando um espaço de contribuição inovadora, aproximando a sociedade de uma assistência à saúde de melhor qualidade”, afirmou.

Já o subsecretário de Planejamento em Saúde da SES-DF, Rodrigo Vidal, enfatizou que o curso ficará marcado na história, por ser uma formação voltada para soluções digitais na essência. “Como representante do SUS, fico feliz em saber que esse curso trará boas soluções digitais para o nosso sistema de saúde”, ressaltou.

A história da telemedicina e da telessaúde, os fundamentos da bioética digital e a organização de processos para linhas de cuidados e bem-estar foram os temas da aula magna proferida pelo médico Chao Lung Wen, chefe da Disciplina de Telemedicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), líder do grupo de pesquisa em telemedicina, educação digital e saúde conectada no CNPq, e membro da comissão permanente de saúde e do comitê de telessaúde do Ministério da Saúde.

O professor iniciou a aula com uma provocação aos alunos, afirmando que não basta apenas ter ferramentas ou métodos, é preciso inovar os processos e criar novas linhas de cuidados e bem-estar. “A transformação digital em saúde é uma audácia. A audácia de inovar todo um ecossistema, agora incorporado à tecnologia”, enfatizou. Em seguida, Chao detalhou a definição, evolução, diferenças e os desafios da telemedicina e da telessaúde.

Sobre a especialização

A Especialização tem como principal objetivo aprofundar o conhecimento técnico-científico e fomentar a discussão sobre o tema entre especialistas, profissionais da saúde, gestores públicos e usuários dos sistemas de saúde. Busca auxiliar, estimular, apoiar e promover atividades voltadas ao desenvolvimento, aperfeiçoamento, gestão e difusão de soluções em saúde, com ênfase no avanço de tecnologias que melhorem a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas.

Oferecido pelo CTIS da Fiocruz Brasília, o curso faz parte da Plataforma de Inteligência Cooperativa com a Atenção Primária à Saúde (Picaps), um projeto desenvolvido em colaboração com a Universidade de Brasília (UnB). Além disso, está vinculado ao programa de estímulo à inovação em saúde digital, apoiado pelo convênio 40/2020 entre a Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) e a Fiocruz.

O público-alvo desta especialização são trabalhadores da SES-DF e do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), além de profissionais da saúde interessados em desenvolver projetos e soluções digitais que gerem conhecimento teórico-prático voltado para as Políticas Públicas de Saúde e seus impactos.