Foi realizado nesta terça-feira (27/7) mais um evento da série de webinários em celebração dos 15 anos da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF). Promovidos pela Coordenação Geral de Assistência Farmacêutica Básica do Ministério da Saúde (CGAFB/DAF/SCTIE/MS), em parceria com a Escola de Governo Fiocruz – Brasília e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), esses webinários têm por objetivo discutir os desafios e trazer novas propostas para o desenvolvimento da PNPMF.
O segundo encontro da série de webinários debateu a tradicionalidade e o patrimônio das plantas medicinais e fitoterápicos. O evento contou com a participação da professora aposentada da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Maria das Graças Lins Brandão, que apresentou um resgate histórico dos medicamentos fitoterápicos, trazendo dados oriundos de pesquisas de campo sobre os antigos registros de naturalistas.
Ela reforçou a importância do trabalho que vem sendo feito na recuperação de dados históricos sobre a exploração da biodiversidade brasileira e o uso das plantas medicinais ao longo dos anos. “Ninguém protege o que não conhece, por isso a necessidade de trabalhar na escola sobre as plantas medicinais e suas funcionalidades, e a importância de preservar. Se queremos salvar as nossas plantas medicinais, precisamos conhecer as nossas riquezas naturais”, enfatizou.
O engenheiro agrônomo Lin Chau Ming, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu, apresentou dados sobre a etnofarmacologia, ciência que estuda o conhecimento popular sobre fármacos, em determinado grupo étnico e social. Lin falou de experiências vividas com as comunidades tradicionais e indígenas sobre o conhecimento e funcionalidades das plantas medicinais, óleos essenciais, horticultura, etnobotânica e plantas aromáticas. Destacou também a importância da manutenção do saber popular sobre o uso dessas plantas medicinais e sua preservação.
Para incentivar ainda mais o debate sobre a tradicionalidade das plantas medicinais, a farmacêutica Mara Zélia de Almeida, professora da Universidade Federal da Bahia (Ufba), apresentou fatos do passado e do presente das plantas medicinais, e seus usos nas matrizes religiosas e crenças de africanos, europeus e indígenas. Ela relatou que o uso de plantas medicinais acompanha a história da humanidade desde os povos antigos, como egípcios, gregos, hindus e persas, enfatizando, assim, a importância de reconhecer as práticas populares de uso dessas plantas. “É importante respeitar e valorizar o conhecimento tradicional”, ressaltou.
Os debates contaram com a mediação do farmacêutico e tecnologista do Ministério da Saúde Daniel Cardoso. Entre agosto e setembro serão promovidos mais dois encontros virtuais, que reunirão profissionais, pesquisadores e sociedade. Os próximos temas em debate serão “Pesquisa científica como ferramenta no desenvolvimento da fitoterapia” e “Programa Farmácias Vivas”.
Assista aqui ao evento na íntegra
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