Associação Nacional de Preservação do Patrimônio Bantu (ACBANTU), Salvador/BA
O projeto “Kuna luvolelu ya jingu: em defesa da vida” teve início durante a pandemia, com a realização de oficinas e seminários virtuais sobre saberes, fazeres e resistência dos povos e comunidades tradicionais, além da distribuição de cestas básicas e materiais de higiene pessoal. As ações buscavam retratar que esses povos e comunidades estavam vivos, apesar de tão invisibilizados e ainda mais fragilizados por causa da Covid-19 e suas consequências. Esse trabalho mobilizou e fortaleceu uma rede na Bahia, que se conectou e expandiu dentro de todo o território nacional.
A partir da seleção na chamada pública da Fiocruz e OPAS, o projeto entrou em uma nova fase, voltada para ações de comunicação em saúde. Oficinas de comunicação comunitária foram realizadas no Território Litoral Sul, na Aldeia Serra do Padeiro, com participação do povo tupinambá e outras etnias indígenas, e no Território Metropolitano de Salvador, com povos de terreiro. Além dos debates e trocas, ocasiões como essas têm sido também oportunidades para a constituição de acervo audiosvisual contendo a visão dos povos e comunidades tradicionais sobre saúde coletiva.
Essas ações compreendem a importância da comunicação para fortalecer o cuidado e a medicina tradicionais, em diálogo com a ciência, e expor os problemas e as necessidades em saúde específicos dos diferentes territórios. No âmbito do projeto, organizou-se o Núcleo de Comunicação Comunitária da ACBANTU, composto por jovens de povos e comunidades tradicionais, que segue produzindo conteúdos de comunicação comunitária em saúde.
Outros vídeos e podcast serão divulgados em breve. Entre as ações já realizadas, destacam-se campanhas pela vacinação e em defesa da vida, inclusive durante o Carnaval em Salvador, junto com o bloco Afro Bankoma.
Além dos produtos e campanhas de comunicação, os resultados do projeto incluem a mobilização e o engajamento dos territórios participantes em defesa da saúde coletiva na Bahia; o fortalecimento de uma rede de etnodesenvolvimento de povos e comunidades tradicionais; e o envolvimento de parceiros institucionais, como a Universidade Federal do Recôncavo Baiano.