A Fiocruz Brasília participou nesta segunda-feira (3), da abertura do II Encontro da Equipe Nacional de Formação das Metodologias de Prevenção. O evento, promovido pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad) do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), tem como objetivo capacitar os profissionais que trabalham com prevenção ao uso de drogas nos estados e no Distrito Federal.
A diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, destacou o trabalho da Senad e a parceria com a Fiocruz, realizada desde o final do ano passado por meio de Termo de Execução Descentralizada, afirmando que a principal mensagem colocada foi a necessidade de fazer uma interface justiça e saúde, considerando a necessidade de construir uma visão mais intersetorial e integrada em torno das questões presentes no território relacionadas aos direitos humanos, equidade racial, desenvolvimento social e em como gerar informação qualificada para toda a comunidade.
“Temos buscado construir uma pauta de prevenção, demarcando o lugar da formação, qualificação e principalmente da presença no território. Hoje estamos aqui pensando no alinhamento técnico conceitual para fazer com que nossas vozes ecoem nos territórios considerando a sua pluralidade, diversidade e adversidades, enfrentando todas as outras questões presentes que são geradoras de injustiça. Essa também é uma prática de enfrentamento ao racismo e de afirmação da necessidade de olhar para a população indígena”, definiu a diretora.
Damásio acredita que o Projeto Cria, de promoção da prevenção e da cidadania com ações voltadas ao ambiente escolar e para famílias, dá liberdade para pensar nas inúmeras possibilidades para um mundo com mais paz, cidadania, equidade racial e mais justiça. “Só a união de muitos esforços pode fazer a gente chegar onde quer, que é a presença cada vez maior nos territórios”, finalizou.
Para a secretária da Senad, Marta Machado, a retomada da prevenção com base em evidências é um marco. Ela afirmou que crianças, adolescentes e jovens são o público prioritário para as ações da Senad, especialmente os mais vulnerabilizados.
“O desafio que a gente lança é pensar a prevenção junto com políticas que diminuam as vulnerabilidades dessas crianças e famílias, com olhar especial para a questão racial e de gênero. Quais são as vulnerabilidades estruturais em torno desses marcadores sociais que devem orientar e retroalimentar as nossas reflexões sobre prevenção?”, questionou ao lembrar do histórico do Brasil no campo das políticas públicas de prevenção. O outro desafio destacado pela secretária é construir uma política pensando em prevenção de forma ampliada, integrando ações de prevenção à violência, à criminalidade e ao uso abusivo de drogas com o olhar atento para as principais necessidades trazidas pelos territórios.
O evento continua até sexta-feira (7), com debates para formação, alinhamento e discussão de diretrizes sobre o panorama internacional e diretrizes da Política sobre Drogas no Brasil, justiça étnico racial e de gênero, princípios e diretrizes em direitos humanos, prevenção e enfrentamento às formas de intolerância e discriminação, e monitoramento das metodologias de prevenção. Os participantes conhecerão ainda os outros programas de prevenção da Senad, como o Jogo Elos – Construindo Coletivos, o #TamoJunto e o Famílias Fortes.
Confira aqui as fotos da abertura do encontro.
Parceria
Além do Projeto Cria: Prevenção e Cidadania, a Fiocruz é parceria da Senad no Projeto Gente – Escutando Ruas. Com dez anos de existência e teve a sua retomada em 2023. A ação é coordenada pela Senad, Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senaps) e Fiocruz, com o objetivo de promover ações territoriais de prevenção ao uso de drogas, articulação dos serviços e formação de gestores e profissionais da segurança pública, mais especificamente guardas municipais na abordagem junto a populações vulnerabilizadas, com foco nas pessoas em situação de rua, para o fortalecimento e integração da política pública sobre drogas no país.
As ações são desenvolvidas a partir de três metas estabelecidas de atuação: prevenção no uso de substâncias com base em evidências; integração do sistema de justiça criminal e as políticas penais, ampliando o acesso a direitos; e qualificação de gestores e profissionais para abordar e atuar com populações vulnerabilizadas, com foco nas pessoas em situação de rua com demandas relacionadas ao de uso de sustâncias. Saiba mais