Projeto de prevenção do câncer em mulheres avança na Amazônia

Fernanda Marques 19 de setembro de 2024


De 22 a 27 de setembro, São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, receberá a visita da Fiocruz Brasília, por meio do Projeto Marco (Manejo do Risco de Câncer Cervical). A equipe estará em três Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município para atender mulheres interessadas em participar da pesquisa de rastreio do Papilomavírus Humano (HPV), cujo objetivo é detectar precocemente e prevenir o câncer do colo do útero. A expectativa é que, diariamente, até 120 mulheres sejam atendidas.

 

Em outubro, a iniciativa será realizada novamente, desta vez em um município do Pará. Na atual fase do Projeto Marco, a meta é recrutar 20 mil mulheres que vivem em regiões vulnerabilizadas ou remotas do país, com dificuldade de acesso a serviços de saúde, como periferias, comunidades rurais, quilombolas e ribeirinhas. As ações são dirigidas a voluntárias entre 30 e 49 anos, que não tenham feito cirurgia de retirada do útero.

 

Terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres no Brasil, o câncer do colo do útero é causado por um dos 13 tipos de HPV de alto risco. Como o diagnóstico e o tratamento dessa doença, atualmente, podem ser demorados, com várias etapas e visitas às unidades de saúde, muitas mulheres que precisam acabam não tendo acesso. Conduzido pela Fiocruz Brasília, o Projeto Marco objetiva realizar a estratégia de alto rendimento de visita, isto é, realizar a prevenção do câncer do colo do útero em um único dia, em áreas remotas, com baixa cobertura e difícil acesso aos serviços de saúde. A estratégia inicia com a detecção do HPV. O Projeto Marco integra o consócio internacional PAVE (HPV e Avaliação Visual Automatizada, na sigla em inglês).

 

Nas ações nos territórios, cada participante da pesquisa recebe orientações detalhadas e um swab, uma espécie de cotonete longo que deve ser introduzido na vagina – este procedimento é feito pela própria mulher, com total privacidade. O material coletado com o swab é entregue aos profissionais de laboratório, que verificam se há ou não a presença do HPV na amostra. Dentro de três horas, já é possível saber o resultado.

 

Se um tipo de HPV associado ao câncer de colo do útero for identificado, essa mulher, de imediato, é encaminhada para um médico ginecologista. Com um aparelho portátil, o colposcópio, o profissional de saúde consegue obter imagens do colo do útero, visualizar possíveis lesões pré-cancerígenas causadas pelo vírus e, com o mesmo equipamento, eliminar essas lesões aplicando calor no local (um processo chamado termoablação). Do diagnóstico ao tratamento, tudo pode ser realizado no mesmo dia e no mesmo lugar. No caso de lesões mais avançadas, a mulher receberá o suporte necessário para a continuidade do tratamento.

 

1ª imagem: Divulgação / Assessoria de Comunicação da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas
2ª e 3ª imagens: Divulgação / Assessoria de Comunicação da Fiocruz Brasília