Heloisa Caixeta
No dia em que é comemorado o Dia Nacional da Inovação, 19 de outubro, a Fiocruz Brasília realizou a apresentação do projeto Vigilância genômica da Covid-19 e tuberculose com uso de drone no transporte de amostras biológicas.
Na ocasião, foram apresentadas informações sobre a criação do projeto que incluiu a utilização de drones para resolver o problema de logística em saúde, o desenvolvimento do equipamento e a seleção no Programa de Inovação Aberta DF Inovador, edital financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF) e executado pela Softex. Os próximos passos compreendem na busca de autorizações de órgãos de regulação para que este meio de transporte seja adequado.
Por ser um projeto inovador, o uso de drone para a logística em ciência precisa passar por muitas etapas até que esteja, de fato, apto para utilização. E isto envolve o trabalho de equipes de especialistas em diversas áreas, para que sejam respeitados os parâmetros legais e de execução.
“Falar de inovação e falar do trabalho que a Fiocruz Brasília vem fazendo reforça o nosso compromisso em desenvolver e assumir o desafio de desenvolver estratégias inovadoras para o Sistema Único de Saúde (SUS). Esse projeto foi um desafio para todos nós e ainda está sendo. Por isso, é necessária a formação dessa grande rede e da articulação dos diversos conhecimentos, experiências e naturezas de cada uma das instituições colocadas aqui, para que a gente siga desenvolvendo tecnologias que possam realmente beneficiar as pesquisas, os estudos, o funcionamento dos laboratórios centrais, e também ampliar as possibilidades de uso. Estarmos reunidos hoje tem um significado muito importante para que a gente perceba o quanto podemos avançar na saúde e qual o uso das tecnologias que nós podemos fazer para reforçar as políticas públicas em saúde”, ressaltou Fabiana Damásio, diretora da Fiocruz Brasília.
Inicialmente o projeto será testado no Distrito Federal para o deslocamento de amostras para o monitoramento de casos de tuberculose associados à Covid-19, no âmbito do projeto de doutorado de Olga Machado, doutoranda do Núcleo de Doenças Tropicais da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB), coordenado pela professora Fabíola Zucchi.
O coordenador do Colaboratório de Ciência, Tecnologia, Inovação e Sociedade de Fiocruz Brasília, Wagner Martins, explica os passos que deverão ser dados até que o drone possa, de fato, transportar materiais biológicos entre unidades de saúde. “A primeira parte do projeto foi financiada pelo edital Chamada Pública 01/2022 do Programa de Inovação Aberta DF Inovador, onde a Prova de Conceito foi apresentada e aprovada. Agora, vamos validar cientificamente essa forma de transporte de amostras biológicas com o projeto de doutorado da Olga. A partir disso, serão apresentados os resultados para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde em busca das autorizações adequadas. Para cada passo vamos ter de buscar autorização”, detalha Martins.
O projeto é baseado no Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação (Lei nº 13.243/2016), o que torna possível a conexão entre essa rede que une empresa pública, privada e instituição científica. Para a coordenadora da Assessoria Jurídica da Fiocruz Brasília, Susana Rosa, a aproximação entre o público e o privado é essencial para que a inovação ocorra. “Se só a Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação (ICT) tiver o problema de pesquisa, ou só o governo, ou só o mercado tiver esse problema, é muito difícil encontrar a resolução sozinhos. A gente precisa aproximar esses entes, quebrar barreiras para fazer a inovação ocorrer”, analisou.