“Que possamos confluir”. Foi com esse tom esperançoso que a diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, concluiu a sua fala durante o encontro Diálogos com a Cedipa/Fiocruz [Coordenação de Equidade, Diversidade, Inclusão e Políticas Afirmativas], em celebração ao Dia Internacional da Luta das Pessoas com Deficiência, realizado na terça-feira (3/12), na instituição.
Como as águas de dois rios que se confluem em uma só corrente e afluem para a mesma direção, assim foi a proposta do encontro que reuniu integrantes da Cedipa/Fiocruz com os membros do Coletivo Pró-Equidade (Pequi) da Fiocruz Brasília. Unidos em um mesmo objetivo: a construção de uma agenda integrada com ações para o fortalecimento da equidade, diversidade, inclusão e de políticas afirmativas na unidade brasiliense.
Na oportunidade, Damásio lembrou de avanços importantes dentro desta pauta, como o IX Congresso Interno da Fiocruz, realizado em 2022, no qual foi legitimada a política de diversidade e inclusão nas unidades da Fundação, “o que nos fez reconhecer e admitir o que ainda precisamos fazer para a efetivação dessa agenda”, destacou.
Outro marco foi a inauguração do Coletivo Pequi na Fiocruz Brasília, em 2023, e os trabalhos que vêm sendo desenvolvidos em conjunto com o Ministério da Igualdade Racial (MIR) e com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) em prol dos jovens egressos de casas de acolhimento, por meio do Núcleo de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas (Nusmad/Fiocruz Brasília).
“Precisamos avançar ainda mais para fortalecer a construção dessa agenda. Encarar de frente os desafios que temos no nosso dia a dia para tornar a nossa unidade mais inclusiva, diversa e equânime”, sublinhou a diretora, que ponderou a agenda educacional da Escola de Governo Fiocruz-Brasília e as relações intergeracionais, como forma de combater o etarismo, dentre alguns pontos focais de avanço dessa política.
Para a coordenadora da Cedipa/Fiocruz, Hilda Gomes, o desafio está em como trazer, de fato, a diversidade, inclusão e equidade para dentro das unidades da Fundação. “É preciso pensarmos para além da representatividade, porque não basta termos uma única pessoa. Uma andorinha só não faz verão. Os incômodos e as violências que as pessoas negras, com deficiência e da comunidade LGBTQIA+ sofrem estão aí o tempo todo.”
A coordenadora do Coletivo Pequi, Socorro Souza, chamou atenção para o papel e a responsabilidade que a Fiocruz Brasília, enquanto instituição vinculada ao Estado, tem na transformação da sociedade e de seus ambientes. “Entendo que esse movimento é feito de dentro para fora e de fora para dentro. Já podemos ver algumas pequenas mudanças no perfil dos trabalhadores e o que o sistema de cotas vem fazendo na Escola”, afirmou.
Ainda como parte da programação, no período da tarde, o Coletivo de Acessibilidade e Inclusão das Pessoas com Deficiência da Fiocruz Brasília e a Cedipa/Fiocruz promoveram uma roda de conversa com os trabalhadores e trabalhadoras sobre as ações voltadas à equidade, à diversidade e à inclusão no dia a dia da instituição.
Momento em que o estudante Arthur Fortunato, bolsista do Programa de Vocação Científica (Provoc) da Fiocruz Brasília, fez uma breve apresentação da revista em quadrinhos “Arthur Simpatia e o Mundo Mágico da Síndrome de Williams”, que produziu sob orientação da pesquisadora Regina Padrão. A publicação aborda a síndrome de Williams-Beuren, uma doença genética rara que causa alterações no cromossomo 7, da qual Arthur é portador.
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