Já está no ar a nova edição da revista Saúde e Sociedade, editada pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). A cada edição, o periódico publica textos temáticos que pretendem contribuir para a ampliação do conhecimento e a análise crítica das intervenções relacionadas à saúde. O suplemento especial (volume 32, suplemento 1), lançado neste mês de dezembro, é fruto de parceria entre a Fiocruz Brasília e o Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (UnB). Esta edição reúne artigos que abordam a interface entre saúde coletiva, políticas públicas em saúde e ciências sociais e humanas, sob a ótica de instituições da Região Centro-Oeste. A publicação traz temas como mobilidade urbana, comunicação em saúde, grupos vulneráveis, pobreza, habitação, meio ambiente e saúde planetária, entre outros.
“Esses artigos refletem a importância da Região Centro-Oeste como espaço de discussões científicas que transcendem as restrições geográficas. As pesquisas aqui realizadas encontram-se no centro das discussões de transformação para uma superna saúde coletiva. Assim é que desejamos que os leitores da Saúde e Sociedade desfrutem dos trabalhos que ora publicamos, com muito orgulho e satisfação”, afirmam, no editorial, as pesquisadoras Sandra Mara Campos Alves, da Fiocruz Brasília, e Maria Célia Delduque, Veronica Ginani e Maria Inez Montagner, da UnB.
O editorial aborda a disparidade regional em ensino, pesquisa, extensão e produção intelectual no campo da saúde coletiva, com déficit nas Regiões Norte e Centro-Oeste, tanto no número de ofertas de cursos como na nota dos programas. A publicação, então, dá visibilidade a trabalhos produzidos por professores e estudantes da Fiocruz Brasília e da UnB, integrando também a equipe da Saúde Coletiva da Faculdade de Ceilândia.
De acordo com as pesquisadoras, a edição busca demonstrar que distintas abordagens são importantes ferramentas para compreender as injustiças sociais e seus determinantes, e para atuar positivamente no combate aos fatores que geram e perpetuam iniquidades em saúde. Elas defendem, ainda, a necessidade de se pensar em ações e políticas integradas, aplicando o conceito de saúde única (one health) e as abordagens interdisciplinares e multisetoriais, de modo a propiciar maior cooperação entre campos distintos não apenas na identificação de desafios da gestão, mas especialmente na proteção da saúde.
Na publicação, o leitor confere um diálogo com a psicóloga e professora Ana Paula Cupertino, que apresenta experiências que foram capazes de interromper ou reduzir a perpetuação das disparidades em saúde; um estudo sobre o trabalho dos profissionais na fiscalização sanitária de medicamentos na internet; um artigo que analisa as condições de pobreza, fome, desnutrição infantil e promoção da alimentação saudável; uma reflexão sobre as diferentes condições de mobilidade nas cidades e como elas afetam a saúde; um trabalho que investiga as razões da mudança da recomendação inicial dos pareceres emitidos pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec); uma pesquisa sobre a publicidade infantil de alimentos; e uma revisão narrativa sobre as fake news que circularam durante o período mais crítico da pandemia de covid-19. Esses e outros textos estão disponíveis no novo número da revista Saúde e Sociedade.