Transformação digital para melhorar os serviços, ampliar o acesso e reduzir as iniquidades em saúde. Este é um objetivo comum de todas as autoridades reunidas na tarde desta segunda-feira (27/11) para a abertura oficial da Feira de Soluções para a Saúde, evento que chega à 6ª edição e, pela primeira vez, ocorre em Brasília (DF). Promovido pela Fiocruz Brasília, por meio do Colaboratório de Ciência, Tecnologia, Inovação e Sociedade, em parceria com a SES-DF e patrocínio da FAP-DF, o evento segue até quarta-feira (29/11) com programação diversificada, incluindo mostra de soluções para a saúde, palestras, oficinas, mini-cursos e visitação aos estandes. “A Feira é um espaço de encontros entre diferentes experiências e parceiros. Desde sua 1ª edição, no contexto da epidemia de zika, ela articula de modo cooperativo as hélices da inovação: governo, sociedade, empresas e academia”, destacou o coordenador do Colaboratório, Wagner Martins. “A história da Feira mostra como ela própria se consolidou como uma tecnologia para abordar e discutir temas importantes e necessários para a saúde pública”, completou a diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio.
A cerimônia de abertura foi marcada por uma homenagem ao professor Luiz Carlos Lobo, atualmente consultor da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS), pioneiro da saúde pública digital. “Minha vida toda foi dedicada a inovar para fazer melhor. Quando comecei a discutir inteligência artificial, havia quem considerasse o tema irrelevante, mas ela vai se incorporar ao nosso cotidiano, de um jeito ou de outro”, advertiu o veterano. Garantir que esse jeito seja na direção do fortalecimento do SUS é um compromisso compartilhado pelos presentes na cerimônia. “Saúde digital é um tema em disputa. Dados são um ativo fundamental e, por isso mesmo, são objeto de disputa. E nós também disputamos, justamente, para que as novas tecnologias estejam a serviço da população”, provocou o diretor executivo da Fiocruz, Juliano Lima. “A contribuição dessa Feira é a construção por meio do diálogo. Ela junta as pessoas para discutirem problemas e soluções no sentido de uma maior e melhor cuidado à saúde. Isso fortalece a democracia”, acrescentou.
A vice-governadora do DF, Celina Leão, e a secretária de Saúde do DF, Lucilene Florêncio, se mostraram otimistas com as respostas que a Feira pode construir para atender às demandas dos usuários do SUS. “Um clique para o acesso a saúde de todos, sem ilhas, conformando uma verdadeira rede que faça a diferença para a segurança e o cuidado do paciente”, disse a secretária, ressaltando, em especial, a necessidade de sistemas interoperáveis.
Após as falas de abertura, a palestra magna foi apresentada pela secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad. Após definir saúde digital como “um conjunto de saberes, técnicas, atitudes e valores que se desenvolvem a partir do crescimento do espaço digital”, a palestrante enumerou oportunidades e riscos: entre as oportunidades, ampliação do acesso ao SUS, empoderamento do cidadão e redução de custos; entre os riscos, incidentes relativos à proteção de dados, aumento de iniquidades e outros vieses. “Reconhecer os riscos significa que não podemos simplesmente incorporar novas tecnologias de maneira acrítica”, argumentou, defendendo uma política de transformação digital que chamou de “integrada e orientada pela jornada do usuário no SUS”. Na sequência, a secretária apresentou algumas ações no âmbito dessa política, que incluem o fortalecimento da telessaúde e telerregulação, o programa de conexão de alta velocidade no Norte do país, a questão dos dados interoperáveis e a Rede Nacional de Dados em Saúde, o Laboratório de Inovação em Saúde Digital, o Plano de Dados Abertos e o próprio ConecteSUS, aplicativo que já contabiliza mais de 40 milhões de downloads e está ampliando suas funcionalidades. “Que a saúde digital venha para fortalecer os princípios e diretrizes do SUS, e não outro modelo”, finalizou.
A programação da 6ª Feira de Soluções para a Saúde vai até quarta-feira (29/11). Clique aqui e saiba mais
Pesquisadoras da Fiocruz apresentam soluções para a saúde.
Segurança nos dados pessoais foi tema de roda de conversa .
Uso de dados para tomada de decisão é tema de debate
Veja a cobertura nos stories da Fiocruz Brasília.
Acesse aqui a galeria de fotos da abertura e abaixo a gravação.