Webinário debate possibilidades e desafios do uso de tecnologias digitais no âmbito da educação permanente em saúde

Nathállia Gameiro 14 de dezembro de 2020


Claudia Bittencourt e Ana Cecília Paranaguá – Ascom SE/UNA-SUS

O evento integrou a programação do 26º Encontro Nacional da Rede UNA-SUS

Aconteceu, na última quinta-feira, (10/12), a 3ª edição do webinário “Educação, Saúde e Tecnologia em Mar Aberto”, que tem como objetivo debater possibilidades e desafios do uso de tecnologias digitais no âmbito da educação permanente em saúde. Além dos impactos da pandemia, toda a comunidade acadêmica pôde debater e refletir sobre trilhas de aprendizagem, avaliação em educação a distância, gamificação e aprendizagem colaborativa.

Neste ano, o seminário foi incorporado ao 26º Encontro Nacional da Rede UNA-SUS, ampliando as oportunidades de diálogo e reflexão entre pesquisadores e representantes da Rede. Ambos os eventos aconteceram pela primeira vez em formato totalmente online, com transmissão ao vivo no YouTube da Fiocruz Brasília.

“Com a pandemia, além de intensificarmos o uso das plataformas de educação já existentes, tivemos que buscar, conhecer e aprender novas tecnologias digitais, o que nos desafiou a encontrar outras formas de interação para o EaD”, destacou a diretora da Fiocruz Brasília e secretária executiva da UNA-SUS, Fabiana Damásio, durante a abertura do seminário.

O evento é resultado de um trabalho de pesquisa que contém vários eixos de ação, sendo o primeiro deles a construção de um panorama nacional e internacional das instituições e experiências inovadoras de modelagem curricular em EaD e tem sido feita a certificação profissional. Neste ano, por exemplo, foram identificadas mais de 200 experiências que tratam do assunto.

“Além disso, trabalhamos na construção e validação de uma matriz analítica para avaliação dos módulos educacionais autoinstrucionais, uma realidade que ganhou fôlego nos últimos dez anos e da qual a UNA-SUS teve um papel preponderante, bem como a Fiocruz com o Campus Virtual em Saúde e outras redes de educação para o SUS”, enfatizou a diretora.

Por fim, lembrou o desenvolvimento de estratégias de aprendizagem colaborativa para utilização nos diversos sites do Ministério da Saúde, voltados sempre para a democratização do conhecimento e formação dos profissionais de saúde.

Cenários pós-pandemia: como a intensificação das mediações tecnológicas impacta a Educação Permanente em Saúde?

Na primeira mesa, foram abordados os cenários pós-pandemia e como a intensificação das mediações tecnológicas impactam a Educação Permanente em Saúde. O debate contou com a participação do doutorando em saúde coletiva pela Universidade Federal de Santa Catarina e integrante da UNA-SUS/UFSC, Dalvan de Campos; a professora Joselice Pinto da Fiocruz Pernambuco; e o professor Lúcio Telles da Universidade de Brasília. A mediação foi conduzida por Fabiana Damásio.

Foram destaques do debate, a importância de se desenhar um panorama da educação em saúde no contexto da pandemia, em especial, os efeitos que teve no processo de ensino e aprendizagem, bem como no uso das tecnologias. Elencou-se também as fragilidades sofridas e as soluções criativas que surgiram na educação permanente em saúde nesse período.

“O uso das tecnologias e suas mediações já estavam presentes na educação em saúde antes da pandemia. Há 10 anos a UNA-SUS vem desenvolvendo cursos e recursos educacionais para a educação permanente de profissionais de saúde, por meio da modalidade a distância. No entanto, a necessidade de isolamento social e demais protocolos de segurança fizeram com que tivéssemos que mudar vários cenários em nossas vidas, o que também acelerou esse processo no meio educacional”, explicou.

E seguiu: “Conseguimos levar informação de forma muito rápida e capilarizada. Mas para que isso acontecesse, tudo aquilo que era presencial precisou ser revisto e novas soluções buscadas. Não importa quais sejam as atividades educacionais, todas exigem metodologia ao longo do tempo, normalmente desenvolvidas de forma presencial e que, devido a essa situação, passaram a existir por meio de aplicativos, plataformas, dispositivos e, claro, o uso da internet”.

Experiências e possibilidades de aplicação de trilhas de aprendizagem na Educação Permanente em Saúde

A segunda discussão tratou das experiências e possibilidades de aplicação de trilhas de aprendizagem na Educação Permanente em Saúde, com a participação de Wilsa Ramos, do departamento de psicologia da UnB, da consultora da SE/UNA-SUS, Lina Barreto e da professora da escola de enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Nescon, Maria Auxiliadora Christofaro.

“Queremos trazer a perspectiva de como o ensino online e as trilhas de aprendizagem baseadas em sistemas inteligentes podem se convergir para novos modelos de EaD na área da saúde”, disse Wilsa Ramos (UnB), moderadora da mesa. A professora explicou que as trilhas de aprendizagem são como roteiros de uma viagem, que mostram caminhos, percursos. 

Para Lina, o mote das trilhas é dar suporte ao profissional, que é o protagonista da sua própria formação e qualificação, o qual pode criar seu mapa de aprendizagem e caminhar sua própria trilha. “Dessa forma, deve-se considerar que cada pessoa tem níveis diferentes de motivação, objetivo de carreira e maior ou menor facilidade de aprendizagem. Por isso, o uso das trilhas é uma alternativa às tradicionais grades curriculares, oferecendo diversas estratégias inovadoras que podem proporcionar aos alunos autonomia no desenvolvimento das suas competências”.

A consultora também correlacionou as trilhas de aprendizagem e o microlearning. De acordo com Barreto, com a utilização de microlearning ou microcursos, é possível construir conteúdos complexos por meio de pequenas partes, em formato de sessão de aprendizagem. “É uma ferramenta mais apropriada para a educação profissional e pensado para atender as necessidades de organizações com muitos colaboradores e fluxo de trabalho muito intenso, como é o caso da saúde”. As principais características dos microcursos são: a rapidez, atendimento de demandas específicas para cada público, acessibilidade, produção e atualização rápida. Na UNA-SUS, o microlearning foi utilizado no curso de Saúde da População Negra e Tuberculose.

Para assistir às palestras completas, acesse o canal da Fiocruz Brasília no Youtube

 

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